[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Bienal sem diálogo | O POVO
Bienal 10/07/2012

Bienal sem diálogo

Sem curador, sem especialistas na área e, segundo entidades da sociedade civil, sem canais de diálogo. A quatro meses do evento, a organização da Bienal do Livro do Ceará segue recebendo críticas de editores e escritores
IGOR DE MELO
Secult diz que recursos para a compra de livros não-didáticos para alunos e professores estão garantidos
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Desde o lançamento oficial da X Bienal Internacional do Livro do Ceará, no último dia 15 de maio, no Palácio da Abolição, a Secretaria da Cultura do Ceará já trocou de titular duas vezes - e, na semana passada, o ex-secretário Francisco Pinheiro reassumiu o cargo. O fato preocupa pela dimensão e pela proximidade do evento, o maior do gênero no Estado e que deve acontecer entre os dias 8 e 18 de novembro, no novo Centro de Eventos.


Apesar disso, a Secult garante que “as ações estão dentro do cronograma, encontrando-se em fase já avançada”. Por outro lado, entidades da sociedade civil reclamam da falta de diálogo da comissão da Secult responsável pelo evento, que estaria centralizando as decisões.


Entre as ações apontadas pela secretaria que comprovam o avançado da produção, está a aprovação pelo governador Cid Gomes de um orçamento para o evento de R$ 2,2 milhões, recurso proveniente do tesouro do Estado. Além disso, afirma a Secult, R$ 1 milhão já foi captado no mecenato estadual através da renúncia fiscal da Coelce e outros R$ 1 milhão e 175 mil estão garantidos pela Secretaria da Educação Básica, “recursos alocados com vistas a apoiar e incentivar a aquisição de livros não-didáticos por meio de seus alunos e professores”.


A venda de todos os stands do evento para editoras nacionais e internacionais já foi concluída e Eduardo Fidéles, responsável pela Coordenação de Políticas do Livro e da Leitura (Copla), afirmou também que 99% da programação já está fechada. Mas a secretaria prefere não divulgar os nomes dos principais convidados por enquanto.


“Preferimos somente divulgar a programação a partir da efetiva contratação formal dos autores e artistas, o que se dará após a seleção pública através de edital da entidade privada sem fins lucrativos que irá conduzir executivamente esse processo. Tão logo tenhamos concluído esse processo, levaremos essas informações à imprensa e à sociedade de forma a ampliar a divulgação e aumentar o interesse da sociedade em torno da Bienal”, respondeu a Secult em e-mail.


Até o momento, apenas os homenageados do evento foram confirmados: o escritor e dramaturgo nigeriano Wole Soyinka, vencedor do Prêmio Nobel de 1986; o poeta, ficcionista e ensaísta cearense Rafael Sânzio de Azevedo; e o norte-riograndense José Cortez, fundador da editora que leva seu sobrenome. O tema do evento será os 120 anos da Padaria Espiritual.


Falta de diálogo

A pouco mais de quatro meses da abertura do evento, a comissão responsável pela Bienal na Secult – formada por Fidéles; Israel Martins, diretor de Ação Cultural do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC); José de Anchieta Cunha, assessor de gabinete da secretaria; e o coordenador financeiro José Maria – é criticada por entidades civis por centralizar o processo de construção do evento. “O processo está diferente das outras bienais. A essa altura do campeonato pelo menos uma reunião com a sociedade civil, chamando as instituições de forma coletiva, já tinha acontecido”, considera a livreira Mileide Flores, integrante da diretoria do Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará (Sindilivros).

 

Parceiro da Secult há mais de uma década na Bienal, o Sindilivros deixou de ser esse ano o órgão responsável pela captação de recursos do evento, substituído pela Direção de Ação Cultural do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC), organização social responsável pela administração de equipamentos estaduais como o Centro Dragão do Mar.


“A mudança foi feita e comunicada”, conta Mileide. As afirmações dela se contrapõem à afirmação da secretaria, que confirma a mudança, mas diz manter “um estreito e excelente diálogo com o Sindilivros em vários assuntos relativos à X Bienal Internacional do Livro”.


Presidente da Academia Cearense de Letras, o poeta e médico Pedro Henrique Saraiva Leão também confirma que a instituição não participou da elaboração da décima Bienal. “Não estamos sabendo de nada”, fala. “Nós fomos àquela solenidade (o lançamento oficial), fui inclusive representando a Academia. Essa foi a única vez que se falou na Bienal”.


Ausência de curador

Uma fonte escutada por O POVO e que não quis se identificar criticou a ausência de um curador do evento, alertando para o fato de a comissão responsável ser formada por pessoas sem experiência no meio literário. Para exemplificar o fato, citou o caso de Eduardo Fidéles, que é músico e, antes de assumir a Copla, era coordenador do Sistema Estadual de Bandas de Música.

 

A Secult afirmou desconhecer as críticas sobre a falta de diálogo na formatação do evento (“Não temos registros de reclamações nesse sentido”) e afirmou que a programação foi construída “com muito diálogo com vários segmentos da sociedade, entre universidades, editoras, escritores, associações e entidades do setor e também pela análise de sugestões e por demandas de caráter espontâneo”. Em sua resposta, a secretaria ainda aproveitou “a oportunidade para reforçar com as entidades ou produtores que nos demandem ou procurem com suas respectivas propostas formalizadas”.

 

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