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Os movimentos sociais urbanos (a nível nacional e local) estão desgastados e precisam, urgentemente, se reinventar. A chegada ao governo dos partidos ditos “de esquerda” tem grande papel nisso por dois motivos: 1º ao incorporarem nos seus quadros lideranças históricas dos movimentos; e 2º na proliferação de atividades “participativas” (conferências, conselhos, etc). Isso causou um arrefecimento brutal nas mobilizações e pressões junto ao Poder Público. Nunca a esfera política foi tão “aberta”, mas ao mesmo tempo tão esvaziada de poder.
A atuação dos movimentos sociais urbanos, nos últimos anos, quase restringiu-se apenas a cumprir uma agenda governamental, de disputa interna por recursos e projetos, sem o questionamento do seu papel enquanto legitimador de uma ordem que garante os privilégios. Assim, relegando a segundo plano a reflexão sobre temas estruturais, os processos pedagógicos na base e a formação de novas lideranças, encontram-se desnorteados, sem querer abandonar os espaços de “democratização da gestão” pelos quais tanto lutaram, mas começando a perceber a sua pouca (ou nenhuma) dimensão na melhoria da vida da população.
A “bola da vez” (trocadilho infame) é a luta contra os impactos negativos advindos da Copa do Mundo de 2014. As comunidades atingidas buscam organizar-se no Comitê Popular da Copa (e outras articulações), de maneira a visibilizar sua resistência. Mas a movimentação recente deixa transparecer que tão importante quanto pressionar o poder público é dialogar com sociedade em geral e enfrentar o capital, seja na sua forma especulativa, financeira, imobiliária, etc. Resta-nos ousar reiventar a luta.
Os “Occupy” sinalizam claramente uma tendência de maior fluidez, menor intitucionalização e foco na crítica ao capitalismo. São horizontais, democráticos em sua essência, apartidários, fragmentados e, ao mesmo tempo, globais. Não buscam o confronto direto com as instituições, justamente por compreender que elas estão à serviço do mercado. Que este, sim, precisa ser debatido, questionado, modificado. Usam técnicas inovadoras e não têm uma direção, coordenação, o que seja. Mas funcionam ao que se propõem: debater uma nova maneira de viver. Apesar de Fortaleza não ter tido o seu “Ocupa”, tal processo ocorrido no mundo todo tem, sem dúvida, influência na mobilização atual da cidade.
VALÉRIA PINEIRO é mestranda em Planejamento Urbano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), militante do movimento de Reforma Urbana; colaboradora do Comitê Popular da Copa.
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