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No fim de semana passado, os principais blocos de Pré-Carnaval da Praia de Iracema ameaçaram não sair às ruas. Segundo noticiado pelo O POVO na quinta-feira (26), os organizadores reclamavam do baixo efetivo de policiais militares e guardas municipais durante os cortejos. A precariedade na segurança favorecia assaltos, furtos, ataques a veículos, agressões e inclusive arrastões. A principal fonte dos tumultos seriam as gangues que se formavam em torno dos paredões de som, proibidos por lei municipal. “Temos medo de acontecer uma desgraça; morrer uma pessoa”, ponderou o vocalista do Unidos da Cachorra, Haroldo Guimarães.
Após reunião entre a Secretaria de Cultura de Fortaleza, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), o Comando de Policiamento da Capital e os representantes dos blocos, o possível boicote foi cancelado. A Polícia Militar comprometeu-se a aumentar o número de seus efetivos. A Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) prometeu ampliar de duas para três as equipes de fiscalização no trecho dos cortejos. “Agora a gente clama para que os foliões apareçam porque vai ser mais seguro”, comentou Tiago Nóbrega, da diretoria do Camaleões do Vila, para O POVO, na sexta-feira (27).
Não é a primeira vez que um evento cultural de multidões é ameaçado em Fortaleza. O Pré-Carnaval da Praça Martins Dourado (Pracinha do Papicu) não acontece este ano, após negociação entre moradores. Alguns blocos célebres foram extintos por atrair excesso de público, como é o caso do Quem é de Bem Fica, nos anos 1990. Outros mudaram de endereço. O Concentra, Mas Não Sai precisou transferir sua festa do Mercado dos Pinhões para a Praça do Ferreira por não conseguir controlar a contento a multidão de foliões.
Também é importante frisar que o Fortal foi proibido de ser realizado na avenida Beira Mar por decreto municipal, em 2004, que apontava inúmeros transtornos na área da micareta. A produção do Fortal conseguiu autorização do Supremo Tribunal de Justiça para sua realização nas proximidades do aterro da Praia de Iracema. No ano seguinte, o evento foi transferido para a Cidade Fortal, onde permanece com controle maior da segurança dos foliões.
Nos anos 1970, as procissões para Iemanjá cresceram tanto que cerca de 20 mil pessoas acompanhavam a manifestação. Na década seguinte, a festa se consolidou na Praia do Futuro, com a promessa de uma estátua em homenagem a Iemanjá, que nunca foi construída. Com o crescimento das comemorações à padroeira Nossa Senhora da Assunção no dia 15 de agosto, diminuíram as atenções à Festa de Iemanjá. “A multidão espontânea dos anos anteriores desaparece. A festa fica entregue à onda dos arrastões. O grande problema é a falta de segurança”, explica o antropólogo Ismael Pordeus Jr.
Os bailes funks que se fortaleceram em Fortaleza na década de 1990 foram proibidos em 2001 pela Polícia Civil, que identificava recorrentes confrontos entre gangues rivais. A interdição aconteceu na semana em que iria se apresentar na cidade o Bonde do Tigrão, um dos grupos de funk mais famosos da época. No caso dos estádios de futebol, a decisão recente pela torcida única no Clássico-Rei do Campeonato Cearense 2012 também reflete o temor da diretoria em relação à violência que as aglomerações de torcidas diferentes podem causar.
Mas será que multidão é sinônimo de instabilidade? Por que eventos que atraem milhares de pessoas são vistos quase sempre como um problema para Fortaleza? O Vida & Arte Cultura convida pensadores da Cidade para refletir sobre o que não dá certo quando multidões se formam em eventos culturais.
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