/EDUCAÇÃO/ 29/09/2014

Quase metade dos candidatos tem diploma

Enquanto 5% do eleitorado brasileiro têm ensino superior completo, quase metade dos candidatos no País tem diploma. Para cientista político, mais importante do que grau de instrução de quem pede voto é o compromisso do candidato com o partido
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Bruno Cabral brunocabral@opovo.com.br

Quase metade de todos os candidatos que disputam as eleições deste ano no Brasil tem curso superior completo. E quase um terço dos candidatos tem ensino médio completo. No Ceará, as proporções são semelhantes. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 770 candidatos aptos a disputar as eleições deste ano no Estado, 363 têm diploma universitário (47,14%). E 224 têm ensino médio completo (29,09%). O levantamento abrange os candidatos a governador, vice-governador, senador (e suplentes), deputado federal e deputado estadual.

 

Dos demais, 10,26% têm curso superior incompleto; 5,06% ensino fundamental completo; 3,64% ensino fundamental incompleto; 3,12% ensino médio incompleto; e 1,69% sabem ler e escrever, sendo nove candidatos a deputado estadual e quatro a deputado federal.


No plano nacional, dos 22.737 candidatos aptos para todos os cargos, 46,86% possuem nível superior completo; 29,17% ensino médio completo; 9,68% superior incompleto; 7,13% ensino fundamental completo; 3,21% ensino fundamental incompleto; 3% ensino médio incompleto; e 0,95% lê e escreve. E dos 10 candidatos à Presidência da República, oito possuem curso superior completo, um superior incompleto e um ensino médio completo.


Para o cientista político Josênio Parente, antes de tudo a educação formal contribui para melhoria da qualidade do discurso político. No entanto, ele diz que o grau de instrução não é determinante para uma boa atuação parlamentar, por exemplo. “O curso superior pode dar uma visão mais ampla da sociedade, mas não é o essencial”, ele diz. “O mais importante é que sua participação como representante da sociedade civil seja vinculada ao projeto de partido, e não ao projeto pessoal. Esse é o ponto que falta no nosso processo político. E não a questão da qualificação. O que falta é que o partido faça essa mediação entre o poder e a população.”

 

Critério de militância

O Psol no Ceará, que tem um candidato a deputado estadual que não chegou ao ensino fundamental, informou que o critério para escolha dos candidatos está mais ligado ao histórico de militância. “Temos uma preocupação de formação permanente de nossos militantes, tanto na educação formal como na educação política. Mas para a eleição o filtro não está relacionado ao diploma. O nosso critério está relacionado às lutas sociais”, disse o partido, por meio da assessoria de comunicação.

 

Para Zarlanya Sales, coordenadora da Pós-Graduação da Fanor DeVry, que oferece MBA em gestão pública, o conhecimento dos trâmites legais no setor público são fundamentais para o desempenho dos eleitos. “Muitos, apesar da formação em suas áreas, não têm conhecimentos nem a expertise de gestão pública”, diz. “Os conhecimentos em Direito, responsabilidade social, desenvolvimento de políticas públicas, favorecem a atuação do político, seja no Executivo ou Legislativo.”


Sales acredita que a qualificação em gestão deveria abranger também aqueles que ocupam cargos não eletivos, como secretários e ministros. Para ela, o maior problema com relação aos candidatos ainda é o campo a ética. “É um problema bem complicado, que continua apesar das várias leis que regulam isso, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, lei ficha limpa, e isso respinga nos eleitores.”


Com relação ao grau de escolaridade, os números dos candidatos contrastam os dos eleitores. Segundo dados do TSE, a maior parte dos 142,8 milhões de eleitores no País tem apenas o ensino fundamental incompleto (30,21%), e 17,1% dos eleitores não chegaram ao ensino fundamental. Destes, 7,3 milhões são analfabetos e 17,2 milhões leem e escrevem. Já os eleitores com nível superior completo representam 5,6% do eleitorado.


O POVO procurou as coligações “Para o Ceará Seguir Mudando”, encabeçada pelo PT, e “Ceará de Todos” encabeçada pelo PMDB, para saber o grau de instrução serve de critério de escolha dos candidatos, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

 

Números

 

10,2%

dos candidatos nas eleições do Ceará têm curso superior incompleto

 

0,95% dos postulantes no plano nacional, segundo o TSE, apenas lê e escreve

 

Serviço

 

Veja estatísticas de candidatos e eleitores no site do TSE:

http://bit.ly/104jVSG  

espaço do leitor
Gutemberg Moreira Da Silva Moreira 29/09/2014 09:43
Mesmo com diploma eles não têm qualidades e são desonestos quando estão exercendo os mandatos. Um exemplo: Gastão muito dinheiro até mais do que irão receber em 4 anos. Vão tirar de onde? Fazem de tudo pra se elegerem porque sabem que por debaixo dos panos a corrupção funciona. A Política podre.
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