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O Brasil carrega até hoje a herança de povo colonizado. É o que defende a professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Neiara Araújo. Para ela, o luxo com recursos públicos, é algo natural a um rei, mas, num Estado Republicano, não deveria existir. Segundo ela, quando a família real veio ao Brasil, a ostentação era instrumento de manutenção da desigualdade.
Mas, segundo considera, hoje vivemos um paradoxo. “É uma cultura que não é fácil se desfazer dela. A gente, ao mesmo tempo que renega a ostentação, se (o governante) não ostentar, a gente não acredita que ele se comporta como tal. É a lógica do colonizado e do colonizador, difícil de romper”.
Segundo o cientista político, Josênio Parente, até pouco tempo atrás, a sociedade brasileira era tradicional e patrimonialista. “O Brasil teve uma história onde a presença imperial trouxe uma cultura de desigualdade natural entre as pessoas”. Contudo, diz, o Brasil tem dado passos significativos na direção de uma sociedade republicana.
Parente defende que a sociedade de mercado trouxe valores de igualdade e liberdade que, nos últimos 30 anos, vêm sendo assimiladas com mais rapidez pelas novas gerações. “A sociedade está querendo condenar atitudes patrimonialistas, que confrontam esse sentimento de igualdade”, diz, reforçando que não se desmancha uma sociedade tradicional num passe de mágica.
Na opinião do cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UNB), o problema é a confusão entre o público e o privado. Ele destaca ainda que esse fenômeno afeta não apenas o Poder Executivo, mas também o Parlamento. Para ele, além dos gastos abusivos com luxo e supérfluos, é importante observar quem se beneficia com esse tipo de despesa. “Não se trata apenas de ostentar poder. tem que ver quem são os fornecedores, se são doadores de campanha. Há outros fatores”.
O fundador do site Contas Abertas, Gil Castelo, afirma que não vê problema e, se recepcionar autoridades com uma comida mais sofisticada. “Mas a autoridade precisa ter noção de que o estado tem dificuldade. O Estado não gera um centavo e sobrevive às custas dos impostos dos cidadãos, que pagam com dificuldade. E muito poucos cidadãos podem estar se alimentando com esse requinte”.
Neiara questiona por que não investir em culinária local mais sofisticada, com ingredientes típicos. Em vez de bebidas importadas, poderia ser investido, por exemplo, em bebidas nacionais. A iniciativa, inclusive projetaria e divulgaria o produto local. “Quando você chega na terra do outro, você respeita o costume do outro. Seria interessante oferecer aquilo que nos alimenta”. Para ela, mais uma vez é a lógica do colonizado, que “não dá valor ao que tem”.
Para o professor de História da UFC, Sebastião Ponte, os gastos públicos não podem ocorrer de forma acintosa, que escandalize pelo excesso de gastos, pelo luxo. O que ainda se observa no geral, ele diz, são exemplos semelhantes ao que se praticava em regimes monárquicos. “A República deveria se pautar mais pela austeridade dos gastos”.(Lucinthya Gomes)
ENTENDA A NOTÍCIA
Diante dos casos de uso de recursos públicos em itens de luxo e supérfluos que ganham repercussão, é fundamental questionar os limites. As reais necessidades da população não podem ser esquecidas pelos gestores.
3,44
milhões é o valor do contrato de buffet do Governo do Ceará
31
milhões foram gastos em aluguel de veículos pela Câmara Federal desde 2012
324
mil reais pagaram hospedagem de Dilma e sua comitiva em RomaErro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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