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Centenas de manifestantes se reuniram no último sábado e ontem, em pelo menos 10 capitais do País, para protestar contra a eleição do deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Entre as cidades onde houve atos, estão Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Maceió, Curitiba, Vitória, Fortaleza e Salvador. O deputado é acusado de estelionato, racismo e homofobia.
Aqui na Capital, o evento, que também teve como alvo o presidente do Senador, Renan Calheiros (PMDB-AL), aconteceu por cerca de dois quilômetros ao longo da orla e contou com aproximadamente 200 pessoas, segundo participantes. “Houve gente que parou para perguntar quem é Renan ou quem é Marco Feliciano”, destaca a advogada Marília Passos, que foi ao evento com amigas. Assim como no restante do Brasil, o protesto na Cidade foi capitaneado pelas redes sociais.
Na página do Facebook, por onde os participantes foram convidados, uma carta pública de repúdio pontua que as “declarações racistas e homofóbicas do citado deputado ferem a ética política necessária à reputação daquele que coordenaria um órgão zelador dos direitos humanos. Acima de qualquer valor religioso está o respeito a todo e qualquer ser humano”.
Muitos dos cartazes foram confeccionados durante a própria concentração na praia. Em alguns deles, podia-se ler: “Direitos: querer os meus não é roubar os seus” e “Feliciano não nos representa”.
Pelo Brasil
Em São Paulo, Marco Feliciano conseguiu despertar o descontentamento de ainda mais pessoas. Foram 600 manifestantes, reunidos na região da Avenida Paulista, uma das mais importantes da cidade. No Rio de Janeiro, o evento aconteceu no Centro da cidade. Ativistas feministas, sem a parte superior da roupa, erguerem cartazes com os dizeres: “Humano = Diversidade”.
Em Brasília, os protestos seguiram em passeata pela Esplanada dos Ministérios até o gramado do Congresso Nacional. Lá, estenderam uma bandeira que pedia a destituição tanto de Renan quanto de Feliciano.
Em Vitória, a caminhada terminou na Assembleia Legislativa, com a promessa de que os organizadores enviaram carta de repúdio ao Congresso. Assim como em Fortaleza, em Curitiba foram cerca de 200 manifestantes contra os dois políticos. (com agências de notícias)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Sustentado pelo conservador Partido Social Cristão (PSC), o nome do deputado Marco Feliciano à Comissão de Direitos Humanos e Minorias causa reações por declarações na Internet consideradas homofóbicas e racistas.
Grupos exigem respeito
1 E 2) Em Fortaleza, cerca de 200 pessoas exigiram a saída de Marco Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O ato também se estendeu ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) 3) Mais de 600 manifestantes percorreram a Avenida Paulista em São Paulo para repudiar a eleição de Feliciano 4) Na cidade de Salvador, os manifestantes realizam ontem ato no Farol da Barra
Saiba mais
Veja declarações polêmicas feitas pelo pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) no microblog Twitter:
“Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss”
(30 de março de 2011)“A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”
(30 de março de 2011)
“A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição”
(31 de março de 2011)A eleição do deputado para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados também foi cercada de polêmica. O então presidente Domingos Dutra (PT-MA), que deveria conduzir a votação, abdicou do cargo por não concordar com o nome de Feliciano. Deputados do PSB e do Psol também se retiraram da sala em protesto. Feliciano recebeu 11 de 12 votos.
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