PT e PMDB são opções mais viáveis, mas não mudam essência do projeto
Em meio às poucas vozes de oposição, fica ainda mais difícil identificar projeto alternativo, transformador do Estado do Ceará. Na opinião do cientista político Valmir Lopes, o governo Cid Gomes (PMDB) adota postura de centro, e os dois partidos que teriam mais chances de emplacar projetos seriam o PMDB, com perfil de centro-direita, e o PT, com perfil de centro-esquerda.
Nenhum deles, afirma Lopes, representaria rompimento com o modelo adotado por Cid Gomes. E, ainda assim, estão subordinados à conjuntura nacional e aos rearranjos locais nos próximos meses para serem viáveis e despontarem, de fato, como projetos para 2014. “Não imaginemos que haja possibilidade de algo alternativo. O que pode ter de diferente é o condutor do projeto”, reforça Lopes.
Por isso, o projeto local depende do projeto nacional das siglas. No caso do PT, ele explica que hoje é mais importante manter posição de hegemonia nacional, para reeleger a presidente Dilma Rousseff (PT), que no Estado. Como perdeu espaço de poder no ano passado, Lopes explica que o destino do PT acaba mais subordinado aos planos do PSB.
Já o cientista político Josênio Parente defende que os partidos em nível local têm fragilidade e dificuldade na composição de seus projetos e, por isso, ficam subordinados aos projetos que as siglas determinam em nível nacional. “Eu diria que aqui no Ceará você não tem ainda potencial para criar projeto autônomo para o Estado. Os projetos sempre estiveram subordinados aos projetos nacionais”, argumentou.
Ele explica que o PSB poderia apresentar projeto para a Presidência da República, lançando Eduardo Campos, mas “ainda não teve coragem e ousadia para sair da sua zona de conforto”.
Não por acaso, a definição do cenário local se passa pela conjuntura nacional. Quanto a fazer o sucessor de Cid Gomes, Parente afirma que o governador ainda não apresentou um quadro importante de sua sigla para a disputa. “É nesse momento de escolha que (o senador) Eunício Oliveira vai usar o vazio para ocupar o espaço”, disse. É possível, portanto, que o próprio Eunício esteja se articulando para ter uma “ajudinha” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ser indicado sucessor de Cid Gomes, diz Parente. (Lucinthya Gomes)
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