[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Francisco Gonzaga | Política | O POVO Online
Eleições 2012 05/08/2012

Francisco Gonzaga

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MORONI TORGAN - O senhor acha que a Copa do Mundo vai deixar um legado de obras importantes?

 

FRANCISCO GONZAGA: As obras milionárias da Copa do Mundo não beneficiarão os trabalhadores, pois não estão oferecendo escolas, hospitais e redes de esgoto ao povo da periferia. Ao contrário: mais de dez mil famílias perderão suas residências por conta dessas obras. Os verdadeiros beneficiados serão os empresários, donos de construtoras e turistas. Nem mesmo os amantes do futebol serão contemplados. Os ingressos com preços exorbitantes e a elitização do futebol vêm expulsando os trabalhadores dos estádios e transformando as arquibancadas em camarotes. É preciso garantir que essa Copa não seja somente para os ricos. Nós, trabalhadores de Fortaleza, queremos ver a Copa de perto.

 

INÁCIO ARRUDA -Qual a importância da ampliação da cobertura de creches para as famílias trabalhadoras em Fortaleza?

 

FRANCISCO GONZAGA: O déficit de creches e vagas dificulta a vida de inúmeras famílias. Diariamente, milhares de mulheres são obrigadas a deixar seus filhos sob os cuidados de parentes ou vizinhos. É preciso que o município se responsabilize na garantia dos direitos das crianças e ponha fim ao peso injusto da dupla jornada de trabalho que se traduz em exploração, desproteção social e dependência econômica na vida das mulheres. Por isso é importante construir e manter creches públicas, gratuitas e de qualidade, que funcionem em período integral e que atendam 100% das crianças, com alimentação de qualidade; profissionais capacitados, com salários dignos e condições de trabalho; e com erviço de saúde.

 

HEITOR FÉRRER - Como resolver o problema do déficit habitacional
em Fortaleza?

 

FRANCISCO GONZAGA: Hoje, em Fortaleza, 337.500 pessoas estão privadas do direito a uma moradia digna. Em oito anos de governo do PT, apenas 11% do total de pessoas que precisam de moradia foram atendidas pelos programas da prefeitura. Neste ritmo, seriam necessários 72 anos para que se resolvesse o problema da habitação em Fortaleza. Para termos uma Fortaleza para os trabalhadores, defendemos aumentar o orçamento da Habitafor, que hoje é de apenas 2,32%, para pelo menos 6%. É preciso também regularizar e criar a infraestrutura urbana necessária às áreas
de ocupação, retirando as famílias das áreas de risco, ocupando os prédios já construídos e construindo novas casas populares.

 

MARCOS CALS -Há constantes greves de funcionários públicos contra a política adotada pela atual administração. Qual será sua política para os servidores municipais?

 

FRANCISCO GONZAGA: Os servidores estavam cansados do modelo neoliberal e truculento do PMDB (município) e PSDB (estado). No entanto, foram traídos, pois desde o ano de 2006 a proporção do gasto com os servidores públicos vem diminuindo a cada ano no orçamento municipal. Isso significou piores condições de trabalho, mais terceirizações para substituir o servidor sob a forma de trabalho precarizado e serviços públicos de baixa qualidade para a população. A Fortaleza para os Trabalhadores passa por uma forte política de valorização dos servidores municipais e de seus direitos, não criminalização do direito de greve, construção de planos de carreiras atraentes, aumento dos salários rumo ao piso do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

 

Renato Roseno - Como o candidato avalia a demissão de servidores
da AMC que estavam em greve?

 

FRANCISCO GONZAGA: O comportamento de Luizianne Lins diante das greves dos servidores foi vergonhoso e só manchou ainda mais a história do PT. A repressão às greves e a truculência em não negociar, tiveram seu ponto máximo com a demissão dos servidores da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC). Foi marcante também a utilização da guarda municipal para agredir covardemente os professores na Câmara Municipal. Também deve ser encarado como agressão pagar a um servidor municipal pouco mais de um salário mínimo, como acontece com os agentes de saúde e endemias. Repudiamos a repressão aos trabalhadores e aos movimentos sociais. O PSTU se orgulha de ser um partido que os trabalhadores podem contar em suas lutas.

 

ROBERTO CLÁUDIO - Na sua opinião, quais são as obras viárias mais urgentes para Fortaleza?

 

FRANCISCO GONZAGA: A grande obra que Fortaleza precisa é acabar com a injustiça social. Em Fortaleza, 28% da população não possui rendimento algum e 27% recebe até um salário mínimo. E diante dessas condições precárias de existência se encontra uma minoria privilegiada de 21.527 pessoas, 0,87% da população, recebendo mais de 20 salários em nossa capital. As obras de Luizianne e Cid, que governaram juntos Fortaleza por quase oito anos, não resolveram o principal problema da capital: as desigualdades sociais. Construir uma Fortaleza para os Trabalhadores é acabar com as injustiças sociais destinando o orçamento municipal para resolver os problemas mais sentidos pelo povo pobre.

 

ELMANO DE FREITAS -Fortaleza é a única cidade do Nordeste que integra o ICLEI, uma das mais respeitadas associações internacionais com foco no meio ambiente. Isso deve ao trabalho de preservação das lagoas e áreas verdes, como projetos de habitação. Qual a visão do senhor sobre o desenvolvimento sustentável?

 

FRANCISCO GONZAGA: Na hora de tomar medidas para proteger os ecossistemas, governos e grupos econômicos pouco fazem. É só olhar a frustração que foi a Rio +20. Não houve nenhum acordo profundo para proteger os grandes ecossistemas. Basta ver também a aprovação do Novo Código Florestal, um retrocesso na proteção das áreas verdes a serviço dos interesses do agronegócio. Em nossa cidade não há desenvolvimento sustentável. 68% das áreas verdes da cidade são usadas incorretamente. A gestão não enfrentou as construtoras na formulação do plano diretor da cidade. Metade dos domicílios não possui saneamento básico e o esgoto produzido pela cidade não é tratado, é jogado diretamente em nossos
recursos hídricos.

 

VALDECI CUNHA -Que providências sua administração propõe para de fato enfrentar os desafios constante
da relação automóvel/pedestre no Centro de Fortaleza?

 

FRANCISCO GONZAGA: Superlotação, engarrafamentos, falta de banheiros nos terminais, passagem cara e poucos ônibus em circulação são a demonstração do sofrimento a que os trabalhadores estão submetidos. A Companhia de Transporte Coletivo (CTC), empresa pública criada para prestar serviço público de transporte coletivo, está hoje sucateada, pois a entrada da iniciativa privada transformou a liberdade de locomoção em mercadoria. Recentemente, Luizianne praticamente zerou o ISS dos empresários de ônibus deixando de arrecadar mais de R$ 3 milhões. Defendemos a revitalização da CTC e o fim dos incentivos à iniciativa privada. Com a arrecadação do ISS é possível terminar o metrô e expandi-lo para a periferia

 

ANDRÉ RAMOS -Recentemente os trabalhadores da construção civil de nossa cidade passaram por um período bastante conturbado de mobilização por reajuste salarial. Como senhor vê o problema da especulação fundiária pelas grandes empreiteiras no desenvolvimento econômico de nossa cidade?

 

FRANCISCO GONZAGA: Nossa cidade vem sendo administrada de acordo com interesses dos grandes construtores, que a transformaram em um importante mercado de especulação fundiária e imobiliária. Grandes áreas da cidade estão sendo privatizadas e famílias de trabalhadores estão sendo removidas para periferias. Uma Fortaleza para os Trabalhadores significa combater toda forma de especulação em nossa cidade. Hoje, existem cerca de 70 mil imóveis desocupados, servindo apenas para fins de especulação. Defendemos a desapropriação dos imóveis não utilizados para que sejam destinados à moradia popular. Defendemos também a regularização de terrenos e prédios ocupados por sem tetos. É preciso parar as emoções imediatamente! 

 

 

"As obras milionárias da Copa do Mundo não beneficiarão os trabalhadores, pois não estão oferecendo escolas, hospitais e redes de esgoto ao povo da periferia" 

 

"Em oito anos de governo do PT, apenas 11% do total de pessoas que precisam de moradia foram atendidas" 

 

"O compor-tamento de Luizianne Lins diante das greves dos servidores foi vergonhoso e só manchou ainda mais a história do PT" 

 

"Na hora de tomar medidas para proteger os ecossistemas, governos e grupos econômicos pouco fazem"  

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