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Eleições 2012 05/08/2012

André Ramos

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Bate-papo com o leitor A história da pauta que virou caderno especial (0) Sucessão em Fortaleza Uma nova cidade em debate (0) O escândalo e seu julgamento As conexões entre o Ceará e o mensalão (0)

MORONI TORGAN - O senhor acha que está certo a Prefeitura de Fortaleza, no exercício de 2011, não ter aplicado nem um centavo em saneamento, quando se sabe que cada 1 real investido nesta área economiza 4 reais em saúde?

ANDRÉ RAMOS: Uma das primeiras medidas da gestão do Partido Pátria Livre será rever os contratos da Prefeitura com a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará), pois hoje 92% da população tem água encanada e apenas 52% tem acesso ao esgoto. Nós julgamos muito importante a criação de uma Agência Reguladora de Água e Esgoto e vamos propor que isso seja feito em parceria com o Governo Estadual, para que se possa aferir melhor a inclusão de quase metade da nossa cidade ao acesso a esgoto e, principalmente, a como esse esgoto é tratado. Outra medida importante será a criação de uma empresa mista, 70% prefeitura e 30% empresa privada, Caesfor (Companhia de Água e Esgoto de Fortaleza), para ampliarmos a rede e estações de tratamento do nosso esgoto.

INÁCIO ARRUDA - Qual a sua proposta para impulsionar o turismo sustentável em Fortaleza?

ANDRÉ RAMOS: A sustentabilidade deve estar em várias pastas, no turismo, além da importância de fazermos um turismo que conecte as pessoas à nossa cultura local, precisamos pensar os projetos de infraestrutura voltadas à sustentabilidade. Áreas como a Praia do Futuro, que precisa urgentemente de um reordenamento, que preserve os corredores de vento, a limpeza das praias e os empregos das pessoas que trabalham nas barracas são medidas prioritárias, devido à recorrência das demandas da população. Mas devemos pensar estratégias para a Praia de Iracema e Pirambu, esse último que teve um processo de impacto estrutural, mas
que ainda precisa de demandas turísticas que fortaleçam a geração de emprego renda para o local.

HEITOR FÉRRER - Qual projeto deve ser implantado para o combate às drogas?

ANDRÉ RAMOS: Existem dois momentos nesse assunto, um quando se trata do usuário, esse é um problema de saúde pública, educação, assistência social, trabalho e renda, cultura, esporte, enfim, um problema de ausência de todas essas ofertas e isso cabe ao município. Já a outra frente, refere-se ao tráfico de drogas e esse é um problema de segurança pública, que mobilize policias federais, civis e militares. Precisamos aumentar o número de CAPS-AD (Centros de Atendimento Psicossocial), aumentar a quantidade de leitos de internamento para os momentos mais agudos do vício, promover parcerias junto a instituições que façam esse trabalho de ressocialização do usuário e claro, integrar o ex-usuário e dar oportunidades de educação, trabalho, lazer, cultura.

MARCOS CALS - Os números de empregos gerados em Fortaleza estão caindo, com base nos dados do Ministério do Trabalho. Fortaleza está perdendo empregos, o que tem prejudicado principalmente a classe jovem. Qual sua proposta para recuperar a capacidade da Capital de gerar emprego e renda?

ANDRÉ RAMOS: Em todas as grandes cidades do mundo, inclusive cidades com forte vocação turística, como Paris, Amsterdã e Londres, possuem uma forte indústria. Isso porque o que garante a riqueza da cidade e os melhores salários é a indústria. Para se ter uma ideia, a média de um salário na indústria é três vezes superior ao do comércio. A capa do Jornal O POVO de 18 de julho mostra que o fortalezense vive com o 2º pior salário do Brasil, portanto defendemos a industrialização como um importante meio para geração de empregos não só para juventude, mas também para melhoria da renda salarial dos nossos trabalhadores e circulação de riqueza na cidade. A Prefeitura não resolve isso sozinha, mas
pode ajudar muito.

RENATO ROSENO -Como o candidato avalia o orçamento para as ações de proteção especial para infância, adolescência da atual gestão?

ANDRÉ RAMOS: A questão não é apenas orçamentária, vem recorrente da dívida social e estrutural que esses setores sofrem nas políticas públicas municipais. Além de um maior investimento, precisamos pensar em um sistema de garantia de direitos, que trabalhe conectada de forma inter-organizacional. Seria uma rede de proteção que garantiria o eixo desse trabalho, os atores conectados a essa rede, seriam variados, como as secretarias de educação, cultura, esporte e lazer, saúde, assistência social, entre outros parceiros, como os movimentos sociais que atuam na área e os conselheiros tutelares. Com isso teríamos uma ação integrada a fim de trazer um novo olhar da Prefeitura para a situação da Infância e Adolescência.

ROBERTO CLÁUDIO-Como pensa resolver os graves problemas de saúde pública de Fortaleza?

ANDRÉ RAMOS: Saúde pública é um dos maiores problemas de nossa cidade. Temos notado, em nossas caminhadas, que é necessário que a prefeitura ponha equipes médicas nos três turnos dos postos de saúde e mais, manter essa equipe vinculada a seus postos, criando vínculo do médico com a comunidade. Para isso é preciso que façamos concursos públicos para médicos e demais funcionários da saúde. Fora isso, faz se urgente aumentar a abrangência do Programa Saúde da Família (PSF), que hoje atinge somente 36% da cidade. Nosso plano é atingir 78% em quatro anos. A eficácia do primeiro atendimento é fundamental para reduzirmos o número de pacientes que acabam procurando o IJF com problemas que poderiam ser resolvidos em postos de saúde

ELMANO DE FREITAS -Mais de 45 mil jovens já foram beneficiados pelo Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Barra do Ceará. Nas regionais 5 e 6, as obras dos novos Cucas estão avançadas. O senhor se compromete a manter os equipamentos em pleno funcionamento?

ANDRÉ RAMOS: Senhor Elmano de Freitas, os Cucas são importantes equipamentos para a inclusão dos jovens da periferia e na gestão do Partido Pátria Livre, nós não só vamos manter esses equipamentos em pleno funcionamento, como também vamos avançar ainda mais nas políticas de juventude para nossa cidade. Vamos investir em políticas de geração de emprego e renda, educação e requalificação profissional e educação básica para nossas crianças.

VALDECI CUNHA - Sabemos que em nossa cidade existem várias entidades que se apresentam como representantes legítimas dos estudantes . Algumas delas já foram denunciadas por atos desonestos no que se refere sobre a arrecadação de taxas de cobrança das carteiras estudantis. Que medidas a sua administração tomaria para inibir esta prática ilícita e adotar um sistema publicamente transparente para que o povo possa acompanhar todas essas ações?

ANDRÉ RAMOS: Considero as entidades estudantis brasileiras um grande orgulho para o Brasil, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundarista), das quais tive a honra de fazer parte, lutaram pela democracia, derrubaram um presidente corrupto e conquistaram o direito ao meio passe e meia entrada para os estudantes em várias capitais, como Fortaleza. Como prefeito, vou ter canal de diálogo aberto e vou prestigiar os estudantes valorizando as entidades de verdade, com história, diversidade em sua diretoria, que realizem Congressos para eleição de seus representantes e compromisso com os estudantes. Nos últimos quatro anos, nem a prefeita e nem o governador receberam qualquer uma de nossas entidades estudantis para conversar sobre os problemas da educação.

FRANCISCO GONZAGA - A Juventude da Periferia sofre todos os dias com a violência das gangues, dos policiais e da falta de políticas públicas. Num possível governo do PPL, como vocês tratariam essas questões?

ANDRÉ RAMOS: Na gestão do Partido Pátria Livre iremos construir um CineTeatro com capacidade para 1.000 pessoas em cada uma das seis regionais de nossa cidade, com apresentações de peças de teatro, consertos musicais e cinema, com ingressos a R$ 2,00 por pessoa. Vamos também reestruturar os nossos CSUs (Centros Sociais Urbanos), reformá-los e reconstituir suas grades de atividades, capoeira, natação, futebol, festas etc. E para isso vamos aumentar o orçamento da Secretaria de Cultura, que hoje é 1,2% da receita do município, para 2,5% e vamos em busca de recursos no Ministério da Cultura de programas como as Praças de Cultura e os Pontos de Cultura, para fortalecer ainda mais
as possibilidades para a juventude na periferia.

"A eficácia do 1º atendimento é fundamental para reduzirmos o número de pacientes que acabam procurando o IJF"

"Os Cucas são importantes equipamentos para a inclusão dos jovens da periferia"

"Como prefeito, vou ter canal de diálogo aberto e vou prestigiar os estudantes valorizando as entidades de verdade, com história"

"Na gestão do Partido Pátria Livre iremos construir um CineTeatro com capacidade para 1.000 pessoas em cada uma das seis regionais de nossa cidade"

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