[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Renato Roseno | Política | O POVO Online
Eleições 2012 05/08/2012

Renato Roseno

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MORONI TORGAN -Havia o alinhamento nos três níveis - federal, estadual e municipal. Foi tema cantado nas últimas eleições, e ainda assim obras importantes não aconteceram. A prefeita não conseguiu construir nem a metade do que prometeu. E, sem alinhamento, o senhor vai conseguir fazer mais?

 

RENATO ROSENO: A Prefeitura deve desenvolver projetos em nome da cidade, não em nome de grupos de interesse que se aliam em condomínios eleitorais sem identidade alguma para ocupar o aparato de Estado e que se desmancham como água. Nossa relação com os governos federal e estadual será republicana, sem subserviência. Aquilo que for de interesse da cidade e de seu povo, quando não puder ser custeado pelos cofres municipais, será demandado, de forma absolutamente transparente, aos chefes dos executivos federal e estadual. A cidade vai fazer mais porque multiplicaremos os espaços de decisão política, estimulando e garantindo a participação popular na definição dos rumos da cidade.

 

INÁCIO ARRUDA - Em 2014, Fortaleza será sede da Copa. Como você pretende realizar a gestão do legado da Copa em nossa cidade?

 

RENATO ROSENO: O melhor legado é não deixar que, em nome da Copa, milhares de famílias sejam removidas pelo poder público para áreas distantes de sua moradia e trabalho, como se fossem objetos. É fazer a Copa garantindo direitos fundamentais das comunidades. O escândalo com a construtora Delta demonstrou que precisamos de auditoria dos contratos, já que não aceitamos que as obras sejam desviadas para acumulação de riquezas por meios ilegais. Não é razoável que a dívida pública triplique por conta de um evento de apenas 30 dias, e que essa conta seja paga pela população. Nosso legado deve ser de contratos transparentes, fiscalização permanente e obras voltadas para a maioria do povo de Fortaleza. 

 

Heitor Férrer - Quais políticas serão pensadas para a juventude?

 

RENATO ROSENO: Não há uma juventude. Há juventudes, pois expressam a diversidade de classes, gênero, raça, orientação sexual. 1/3 da população tem entre 15 e 29 anos e os jovens têm possibilidade de construírem novas relações sociais. Ações para eles devem ser transversais às políticas sociais: educação, saúde, enfrentamento ao desemprego e à violência. Mas há questões urgentes para as quais precisamos de programas específicos, como dependência química e violência. Vamos apoiar atividades artísticas, esportivas e coletivos independentes da cidade; subsidiar gratuidades na cultura e no transporte coletivo e estimular a ocupação de espaços públicos. A participação política dos jovens é nossa aposta.

 

Roberto Cláudio - O que você propõe para o ordenamento urbano do centro da cidade?

 

RENATO ROSENO: É necessário harmonizar a presença de moradia, serviços, comércio (formal e informal) no Centro. Devemos recuperar a infraestrutura viária, ampliar serviços de limpeza e pactuar com transparência espaços de comércio com trabalhadores informais. Propomos a utilização de prédios desocupados para fins de moradia popular com subsídio público e o investimento na estrutura de mobilidade, garantindo mais calçadões, restringindo a circulação de automóveis individuais em áreas específicas e ofertando transporte coletivo circular. Defendemos um plano de logística que descongestione a circulação de mercadorias no Centro e, por outro lado, a ocupação noturna com atividades de educação, cultura e lazer.

 

ELMANO DE FREITAS -Fortaleza está recuperando e integrando a sua orla marítima, uma antiga área degradada da cidade, a exemplos das obras na Barra do Ceará e na Praia de Iracema. O senhor se compromete a continuar às obras de integração da orla de Fortaleza?

 

RENATO ROSENO: A integração da orla deve ser feita tendo em vista o licenciamento ambiental e as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), o que não é feito pela atual gestão. São conquistas do movimento por moradia asseguradas pelo Plano Diretor e que o Executivo golpeou para atender ao grande capital imobiliário. Isso atinge as Zeis da Barra do Ceará, Pirambu, Poço da Draga, Serviluz e Praia do Futuro. Integrar não pode ser atender à especulação imobiliária. A cidade ainda produz 50% dos esgotos carreados para as praias e nem Estado nem Prefeitura mencionam isso. Temos que assegurar uma faixa de praia inclusiva, acessível, disponível ao lazer com qualidade, e planejada para a participação de tod@s.

 

VALDECI CUNHA -Quais medidas legais e administrativas a sua gestão tomaria em relação aos jovens e crianças abandonados e que hoje, por falta de políticas públicas dirigidas, vivem à margem da sociedade?

 

RENATO ROSENO: Uma sociedade que não garante o direito de convivência familiar e comunitária às crianças e adolescentes é cruel, injusta e desumana. Essas crianças vivem suas tragédias e seu desespero. Estigmatizá-las e criminalizá-las somente piora a situação e aumenta o conflito social. O Orçamento da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) do município, responsável por esta política, representa menos de 0,5% do total, o que demonstra que esta gestão não tem priorizado a infância. A saída é ampliar as políticas de abordagem de rua, serviços de acolhimento e fortalecimento dos vínculos familiares, conforme previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, com o qual contribuímos.

 

ANDRÉ RAMOS - O senhor foi um dos candidatos mais bem votados em nossa cidade para deputado federal nas últimas eleições. O senhor realmente acredita ser possível governar uma capital como a nossa sozinho, sem outros partidos políticos?

 

RENATO ROSENO: Tenho deixado claro que nossa maior aliança será com a sociedade organizada, com movimentos sociais, com os que recusam a velha política dos acordos, dos conchavos, das alianças de ocasião. A sociedade não suporta mais tanto fisiologismo e distribuição de cargos para atender interesses dos grupos que se revezam nos governos. Não se faz o novo repetindo o velho. Nossa candidatura convida a cidade a participar da construção da cidade. A cidade vai saber diferenciar quem estará em favor do quê. Por fim, para que possamos ter maior presença na Câmara Municipal, convidamos quem vota 50 pra Prefeito, votar 50 pra Vereador e aumentar nossa bancada.

 

FRANCISCO GONZAGA -Nos últimos anos, Estado e Município tiveram uma política de desmonte do sistema de creches públicas. Essa política criminosa ataca as mulheres trabalhadoras e seus filhos. Sendo eleito, o que o senhor pretende fazer para enfrentar esse grave problema?

 

RENATO ROSENO: Creche é direito fundamental da criança e é essencial para a autonomia das mulheres. Está previsto na Constituição Federal a prioridade absoluta às crianças e adolescentes, portanto é necessário repactuar o regime de colaboração entre União, estados e municípios para a urgente ampliação de matrículas, pois, entre os anos de 2009 e 2011, não houve aumento de vagas – que já são insuficientes frente à demanda. O Programa Proinfância, do Governo Federal, também tem metas muito limitadas. É preciso investir recursos do município para garantir, com qualidade, esse direito das crianças e de suas famílias. Cuidar e educar as crianças na primeira infância é o começo da construção de um novo futuro.

 

MARCOS CALS - A Saúde de Fortaleza é a 2ª pior do Nordeste e está entre as cinco piores das capitais brasileiras, segundo o Ministério da Saúde. Os postos estão sucateados, os Frotinhas abandonados  o IJF superlotado. Como o senhor pretende gerenciar esse setor?

 

RENATO ROSENO: Vamos trabalhar com quatro estratégias: financiamento, gestão, democratização e promoção da saúde. É necessário reivindicar a ampliação de repasse de recursos dos governos estadual e federal para garantir o acesso público e gratuito aos serviços sem sobrecarga no orçamento. Temos que organizar as filas nos postos e ampliar a rede de atenção básica. Vamos combater o fisiologismo na nomeação de administradores. É preciso, ainda, construir um mapa dos determinantes sociais da saúde e ter estratégias de saneamento e segurança alimentar para a população de Fortaleza, estimulando a produção e consumo de alimentos orgânicos e controlando o uso de agrotóxicos e produtos químicos nocivos a saúde. 

 

 

"Nossa relação com os governos federal e estadual será republicana, sem subserviência" 

 

"Vamos apoiar tividades artísticas, esportivas e coletivos independentes da cidade" 

 

"É necessário harmonizar a presença de moradia, serviços, comércio (formal e informal) no Centro" 

 

"Cuidar e educar as crianças na primeira infância é o começo da construção de um novo futuro" 

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