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Eleições 2012 05/08/2012

Marcos Cals

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MORONI TORGAN -Quais as três mais graves deficiências da atual administração e como o senhor as enfrentará, caso seja eleito?

MARCOS CALS: A saúde na capital é um total desrespeito ao cidadão. Nosso compromisso é garantir um serviço digno à população a partir da instalação do Posto de Saúde do Bairro. A educação em Fortaleza hoje condena o futuro de nossas crianças, já que não garante o mínimo, que é sua alfabetização. Mudaremos a lógica da gestão atual. Nosso foco será o aprendizado do aluno, a valorização dos servidores e a instalação da Escola do Bairro. A oferta de emprego na Capital é cada vez menor. Nossa proposta é alavancar a dinâmica econômica da cidade, melhorando o seu ambiente de negócio e viabilizando projetos ousados como o Polo de Inovação de Fortaleza, a Cidade dos Serviços, e o IPTU Zero no Centro.

INÁCIO ARRUDA - Qual sua opinião sobre o uso de operações consorciadas, pela gestão pública, previstas no Estatuto
da Cidade?

MARCOS CALS: Sou plenamente favorável, pois tais operações são um instrumento importante para a revitalização de áreas urbanas degradadas ou subaproveitadas. Usarei este instrumento para viabilizar uma de minhas propostas prioritárias, que é transformar os atuais terminais de ônibus em Shoppings de Serviços. Da mesma maneira, usarei este instrumento, em conjunto com o IPTU Zero, para promover o desenvolvimento do Centro da cidade na lógica de que o importante é atrair pessoas e não apenas empresas para
aquela região.

HEITOR FÉRRER - Qual o papel do município no fortalecimento do empreendedorismo?

MARCOS CALS: Os dados recentes sobre emprego na Capital mostram um cenário preocupante. Geram-se cada vez menos empregos e o salário médio é cada vez menor. Hoje temos em Fortaleza o 2º pior salário do Brasil. Neste sentido, o incentivo ao empreendedorismo, a partir da inovação, é fundamental para a geração de novos e bons empregos. Nossa proposta de criação do Polo de Inovação de Fortaleza objetiva exatamente fomentar o empreendedorismo inovador na cidade, a partir da parceria entre governo, academia e setor privado, com foco prioritário no jovem empreendedor. É preciso gerar novas oportunidades, e pensar a capital do futuro.

RENATO ROSENO -A especulação imobiliária está destruindo áreas verdes e aumentando o custo das moradias. Qual sua proposta para enfrentar os grandes proprietários de terra urbana e especuladores imobiliários?

MARCOS CALS: O prioritário nesta questão é ter um Plano Diretor moderno e participativo, que ao mesmo tempo preserve o meio-ambiente, viabilize a oferta de moradias para a população mais necessitada e potencialize o desenvolvimento econômico da cidade. Nesta direção, propomos valorizar um grande ativo que a cidade possui, que são suas lagoas, transformando-as em parques (Uma Lagoa = Um Parque) e, ao mesmo tempo, resgatar as praças da cidade como áreas de convívio das famílias (Praça do Bairro). Além disto, propomos um maior disciplinamento no uso dos espaços urbanos, a partir da criação do Síndico do Bairro.

ROBERTO CLÁUDIO -Fortaleza perdeu cerca de 2 mil empregos com a não construção do estaleiro no Titanzinho. Quais os planos do candidato para aumentar a oferta de empregos na cidade?

MARCOS CALS: A cidade pode até ter perdido 2 mil empregos com a não instalação do estaleiro, mas vai ganhar, no mínimo, o dobro com a criação da Cidade dos Serviços, nessa área. Serão mais e melhores empregos, e menos agressivos ao meio ambiente, do que no caso do estaleiro. Ou seja, aproveitaremos o Parque de Tancagem, uma área nobre da cidade, com um projeto que gere empregos nobres. Com esse projeto, Fortaleza pode se transformar na capital dos serviços de negócios do Nordeste.

ELMANO DE FREITAS-Fortaleza adotou a política de editais na cultura que, de forma transparente e democrática na aplicação de recursos, se consolidou como um instrumento eficaz voltado ao incentivo de diferentes linguagens artísticas. O senhor pretende continuar com essa política que incentiva as manifestações culturais da cidade?

MARCOS CALS: Os editais da Cultura, que pretendemos ampliar na nossa administração, constituem apenas um dos vetores das políticas culturais. Há outras ações fundamentais que esse instrumento não contempla e Fortaleza precisa de muito mais nessa área. No nosso governo, a Cultura será um instrumento de valorização das tradições e geração de emprego, a partir do conceito de Economia Criativa. Nossa tradição na música, humor, moda, artesanato e nas demais expressões da vida cultural da cidade vai ser trabalhada na lógica da geração de valor e oferta de qualidade de vida na cidade. E como instrumento desse processo implantaremos a TVFor, emissora pública que difundirá uma linha fortemente cultural.

VALDECI CUNHA - Qual solução real que seu programa de governo apresenta para resolver concretamente as questões de atendimento dos postos de saúde de Fortaleza?

MARCOS CALS: Na saúde, como já tenho dito, daremos prioridade à Atenção Básica, com a implantação dos Postos de Saúde do Bairro, que terão estrutura física adequada, equipamentos, medicamentos e profissionais valorizados. Tais postos terão agendamento prévio e funcionarão de seis da manhã até meia noite, sete dias por semana. Em complemento, fortaleceremos e valorizaremos os profissionais de áreas de saúde e ampliaremos o Programa Saúde da Família (PSF). É inaceitável que apenas 30% do PSF esteja em atividade em nossa cidade.

ANDRÉ RAMOS -Esse ano, um Grupo Inglês comprou a Ypióca e, no ano passado, um Grupo Chileno comprou o Super Família, entre outros exemplos. O senhor acredita que a compra de empresas brasileiras cearenses por empresas estrangeiras prejudica o desenvolvimento de nossa cidade?

MARCOS CALS: Com certeza, não. Pelo contrário. Isso demonstra que Fortaleza é viável. Mas, infelizmente, devido à falta de ousadia e atuação do Poder Público, ainda não conseguimos expandir nosso desenvolvimento econômico. Falta uma política adequada de atração de investimentos que promova a criação de novas oportunidades para nossa cidade. Nosso compromisso é reverter esse ciclo, apresentando um novo modelo que desenvolva as potencialidades de cada região da Capital. Modelo que assegure credibilidade junto aos investidores. Acreditamos que todo investimento feito na cidade de Fortaleza, desde que seja capaz de gerar empregos de qualidade, são bem vindos.

FRANCISCO GONZAGA - Recentemente, a prefeita Luizianne Lins reduziu o ISS (Imposto Sobre Serviços) dos empresários de ônibus para 0,01%. Mesmo assim, temos um sistema de transporte com tarifa cara e serviço de qualidade questionável. Além disso, os rodoviários sofrem com jornadas de trabalho extenuantes e remuneração bastante sofrível. Como isso poderia ser alterado e o que o Poder Executivo municipal poderia fazer para contribuir para solução desses problemas?

MARCOS CALS: O usuário de ônibus de Fortaleza já percebeu que de nada adianta uma tarifa subsidiada pela não cobrança do ISS, se os serviços prestados são de baixa qualidade ou inexistentes. Para nós, a prioridade e compromisso é oferecer à população um serviço justo, com qualidade. Continuaremos sendo a tarifa mais barata e lançaremos o Programa Ônibus-Metrô, veículos que irão trafegar em faixas exclusivas e a partir do qual teremos ônibus com o conforto, a rapidez e a segurança do metrô.

"Propomos um maior disciplinamento no uso dos espaços urbanos, a partir da criação do Síndico do Bairro"

"No nosso governo, a Cultura será um instrumento de valorização das tradições e geração de emprego, a partir do conceito de Economia Criativa"

"É inaceitável que apenas 30% do PSF esteja em atividade
em nossa cidade"

"Continuaremos sendo a tarifa mais barata e lançaremos o Programa Ônibus-Metrô"

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