[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Moroni Torgan | Política | O POVO Online
Eleições 2012 05/08/2012

Moroni Torgan

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ANDRÉ RAMOS - A chamada Região de Lisboa que abrange Lisboa, Sintra, Cascais, Almada etc., tem praticamente a mesma população de Fortaleza. Que problemas e soluções semelhantes o senhor observou para nossa cidade nesses quatro anos em que esteve em Portugal?

 

Moroni Torgan: Muitas são as soluções encontradas na região de Lisboa que poderiam ser aplicadas tranquilamente em Fortaleza. Agora Portugal, como quase toda a Europa, vive uma crise que angustia a todos nós e que ameaça chegar ao Brasil com maior força. Mesmo assim, apesar do aumento do desemprego, não se vê a miséria que observamos aqui nos bairros mais distantes e abandonados de Fortaleza. Há pessoas pobres, mas essas pessoas têm onde morar, têm acesso à saúde e recebem uma escola bem cuidada e de qualidade. O dinheiro que o trabalhador português ganha não é gasto, por exemplo, com planos de saúde, segurança ou com escolas particulares. Os serviços funcionam. E percebam que o estado português não tem o dinheiro que tem o estado brasileiro.

 

ELMANO DE FREITAS - Fortaleza, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, é desde 2006 a capital do nordeste que mais investe com recursos públicos. Um dos resultados é a criação de mais de 200 mil empregos com carteira assinada. O senhor pretende manter esta política permanente de investimentos? Caso sim,
em que áreas?

 

Moroni Torgan: Sem dúvida que o investimento público é de fundamental importância, principalmente no Nordeste, que ainda sofre com a desigualdade até de investimentos por parte da União. Claro que vamos fazer o possível para manter - e até aumentar - o volume de investimentos. A geração de trabalho e renda será uma forte prioridade em minha administração, pois é da falta de trabalho que vem o desespero do homem e da mulher, pois quem não tira o sustento seu e da família com o suor do próprio rosto não tem uma dignidade plena. Vamos investir fundamentalmente na dotação de uma malha viária e na melhoria dos transportes urbanos, na manutenção dos nossos recursos para o turismo, incluindo a melhoria de nossas praças, áreas de lazer e calçadas, que hoje nos envergonham e prejudicam a mobilidade e a acessibilidade.

 

FRANCISCO GONZAGA - O senhor ficou conhecido quando foi secretário de segurança no Governo Tasso/PSDB por ser um defensor da linha dura para manter a ordem. Hoje, os movimentos sociais são criminalizados em nome da manutenção da ordem. Recentemente a guarda municipal da prefeita agrediu ferozmente os professores que lutavam por seus direitos. Se for eleito, qual tratamento os movimentos sociais podem esperar do seu governo?

 

Moroni Torgan: Não é uma verdade inteira que eu tenha sido o defensor da uma linha dura na manutenção da lei da ordem. Acho apenas que defender a lei é obrigação de qualquer cidadão e muito mais do servidor público. Não fiz, e muito menos farei quando prefeito, qualquer ação que contrarie a lei e o bom senso. Os movimentos sociais têm o direito de expressar o que pensam e reivindicar direitos e melhorias. Acredito na democracia e isso não é só discurso. Garantirei a todos os segmentos e setores o direito à expressão e à manifestação, como nos determina a Constituição
com clareza.

 

HEITOR FÉRRER - Como o município pode contribuir com a segurança pública?

 

Moroni Torgan: De uma forma decisiva e eficaz, como diz o artigo 144 da Constituição do nosso país. É dever do município garantir o patrimônio, bens e serviços públicos para que deles possam usufruir todos os cidadãos, verdadeiros donos de tudo. Criaremos a Guarda Comunitária Municipal, com um efetivo de 5 mil homens e mulheres, para garantir a tranquilidade na comunidade dia e noite. Criaremos a Secretaria de Defesa Comunitária e o Conselho Municipal de Segurança Comunitária. O Programa de Segurança Comunitária 24 horas será um contingente auxiliar do aparato de segurança preventiva do Estado nas áreas mais violentas e abandonadas, complementando assim a ação da polícia já existente. Vamos instalar 150 núcleos de segurança comunitária. Cada núcleo conta com 6 guardas comunitários; dois fazem a guarda na cabine; dois fazem a ronda a pé no quarteirão; e dois fazem a guarda em motos no raio de até 16 quarteirões. Todos usam rádios e são apoiados por 25 patrulhas de pronta intervenção de alta tecnologia.

 

INÁCIO ARRUDA - Quais os instrumentos que você considera mais importante no Estatuto da Cidade, a serem implementados
em Fortaleza?

 

Moroni Torgan: O Estatuto da Cidade é a denominação oficial da Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta o capítulo Política Urbana da Constituição Federal, detalhando e desenvolvendo os artigos 182 e 183. No parágrafo único, fica estabelecido que a lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. É nesse caminho que trabalharemos, principalmente em obediência a um planejamento consequente. Há muitos anos Fortaleza não sabe o que é planejamento, e também por isso estamos pagando o preço de vivermos em uma cidade travada, o que ofusca a sua beleza.

 

MARCOS CALS - Fortaleza enfrenta o medo, o pânico com a falta de segurança. O que faltou na relação do Governo com a Prefeitura para que esse drama fosse combatido com mais eficácia nos últimos anos?

 

Moroni Torgan: Não pensei que veria essa situação em Fortaleza, esta cidade de tanta beleza e de um povo que sabemos ordeiro e trabalhador. Tanto discurso raivoso, discriminatório e tão pouca atitude e providência. Fortaleza hoje ostenta o troféu de ser a 37ª cidade mais violenta do mundo. Dói no coração de todos que verdadeiramente amam esta cidade. É preciso mais. É preciso de gente que saiba realmente o que é segurança pública. A diferença de tudo é pessoa. É aquele que executa o trabalho. Podemos ver nas escolas e nos hospitais, por exemplo. Nas mesmas condições, há aquelas unidades que se destacam e se transformam em exemplos. Outras, fracassam. Eu sei que posso fazer de Fortaleza uma cidade mais tranquila e segura.

 

RENATO ROSENO - Qual sua posição sobre a construção de um aquário de R$250 milhões, na Praia de Iracema?

 

Moroni Torgan: Fortaleza merece e seria um equipamento a impulsionar o turismo, sem qualquer dúvida. E tentarei o que for possível para concretizá-lo, mas antes farei, junto com todos os setores da cidade, uma discussão que aprofunde todos os ângulos da questão, incluindo o financiamento pelo pelos grupos empresariais que tiverem interesse na exploração do equipamento. Entendo que há muito a debater com a sociedade, até mesmo em nível de prioridade. Trata-se de uma obra de enorme investimento, que somente deve ser enfrentada em parceria que envolva os três níveis de poder e a iniciativa privada. Não vejo razão para ser contra. É só uma questão de encontrar um modelo de execução que não sacrifique as prioridades do próprio município, principalmente a saúde, a educação e a mobilidade urbana, uma exigência que se tornará mais importante ainda com o aquário.

 

ROBERTO CLÁUDIO - Quais são as suas propostas para tirar Fortaleza da penúltima posição na qualidade do ensino entre todos os municípios do Ceará?

 

Moroni Torgan: Nos últimos anos, mesmo em uma ampla parceria, o nível da educação não avançou em Fortaleza, o que é absolutamente condenável. Faltou gerir como uma prioridade real, como deve ser também na saúde. É preciso, para tanto, casar recursos, seriedade e efetiva ação. Vamos trabalhar, como prefeito, em vertentes fundamentais. Implantaremos de verdade, e gradativamente, o ensino em regime integral. Faremos uma gestão comunitária da escola, com eleição dos diretores, e criaremos os “agentes da educação” para acompanhar o aluno e identificar aqueles que precisam de reforço . E, para resgatar o tempo perdido, criaremos um programa especial para alfabetizar os alunos que não sabem ler, apesar de já estarem há alguns anos na escola. Teremos ainda os cursinhos da cidade, uma ideia nossa que o prefeito Juraci chegou a implantar, e programas especiais de línguas e informática, além de uma capacitação permanente do professor, que terá direito ao piso.

 

VALDECI CUNHA -Fortaleza tem hoje cerca de mais de 700 favelas. Que medidas o seu programa de governo tomaria a médio e longo prazos para reduzir essa quantidade enorme de favelas sem que seja preciso apelar para a expulsão dos seus moradores de suas humildes habitações, ou até mesmo provocar o impedimento, por força repressiva, da chegada de outros familiares desabrigadas que também procuram esses locais por não ter onde morarem?

 

Moroni Torgan: Somente com uma ação planejada e continuada é possível combater verdadeiramente o problema. Com ações pontuais, perpetuaremos o problema, pois sequer cobriremos a demanda que aparece ano a ano. Na Prefeitura, vamos trabalhar em parceria com a União e o governo estadual com o objetivo de potencializar os programas já existentes e criar programas de mutirão para que a pessoa tenha condição de tomar iniciativas para resolver seu problema com o seu trabalho. Os programas de mutirão, que já existiram em Fortaleza, são importantes para estimular a parceria e a solidariedade na própria comunidade.

 

 

"Tanto discurso raivoso, discriminatório, e tão pouca atitude e providência. Fortaleza hoje ostenta o troféu de ser a 37ª cidade mais violenta do mundo" 

 

"Nos últimos anos, mesmo em uma ampla parceria, o nível da educação não avançou em Fortaleza, o que é absolutamente condenável" 

 

"Claro que vamos fazer o possível para manter - e até aumentar - o volume de investimentos. A geração de trabalho e renda será uma forte prioridade em minha administração" 

 

"Muitas são as soluções encontradas na região de Lisboa que poderiam ser aplicadas tranquilamente em Fortaleza"

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Humberto Franco 05/08/2012 20:29
Como se ver MORONI é o melhor para Fortaleza-CE, os demais já tiveram juntos com a Luizianne apoiando o plano de governo Lora, entre eles podemos citar: Inacio Arruda, Renato Roseno, Roberto Claudio junto com CID GOMES.
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Luciano Alves 05/08/2012 17:05
Moroni não é diferente de nenhum, vai crar mais secretarias, com certeza, vai ser cabide de emprego, para manter o apoio de outros partidos, pura demagogia;
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Regiane Nigro 05/08/2012 00:59
O melhor foi a pergunta do Valdeci. Ordem e progresso nas favelas.
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