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Em depoimento sigiloso de quase três horas ao Conselho de Ética do Senado, os delegados da Polícia Federal responsáveis pelas Operações Vegas e Monte Carlo confirmaram ontem a ligação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Integrantes do conselho afirmaram que os depoimentos de Raul Alexandre de Souza e Matheus Mela Rodrigues comprovam que Demóstenes usou o mandato para defender interesses de Cachoeira no Congresso -assim como mantém uma relação de “intimidade” com o empresário do ramo de jogos.
“Pela colocação dos delegados, isso fica claro. A ação (do Cachoeira) era na defesa de seus interesses em órgãos públicos”, disse o relator do processo no conselho, senador Humberto Costa (PT-PE).
Os delegados afirmaram que as interceptações telefônicas das duas operações flagraram 416 conversas diretas entre Demóstenes e Cachoeira -63 na Operação Vegas, que terminou em 2009, e outras 353 na Monte Carlo.
Há outros 292 diálogos interceptados pela PF de conversas entre integrantes da “organização criminosa” que citam Demóstenes.
Em uma delas, o tesoureiro da suposta organização criminosa comandada por Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz, diz estar na porta da residência de Demóstenes esperando para entregar R$ 20 mil ao parlamentar.
Em outra conversa mencionada pelos delegados, Cachoeira fala com Cláudio Abreu, diretor afastado da empresa Delta, sobre a entrega de R$ 1 milhão ao “professor”, que seria Demóstenes.
Segundo os integrantes do conselho, todas as revelações dos delegados são baseadas nas interceptações telefônicas da PF nas duas operações. Eles negaram que o senador tenha sido alvo das investigações ao afirmarem que, por ser citado indiretamente em alvos da polícia, acabou sendo flagrado.
A defesa de Demóstenes tenta anular no Supremo Tribunal Federal (STF) as escutas telefônicas por considerá-las ilegais -já que, por ter foro privilegiado, o senador só poderia ter sido investigado com autorização do Supremo. (das agências de notícias)
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Cada a situação cada vez mais complicada, senador por Goiás deverá apelar para a suposta ilegalidade das escutas, como forma de tentar se livrar da aparente inevitável cassação do mantado parlamentar.
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