[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
O governador Cid Gomes foi enfático, ontem, ao determinar que as questões relativas ao crédito consignado sejam esclarecidas. “Não permito tráfico de influência e não permito desonestidade”, disse, em entrevista exclusiva ao O POVO, por telefone, do Uruguai, onde passa o feriado da Semana Santa. A declaração foi dada pouco depois de o titular da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), Eduardo Diogo, dizer que o Governo não ficou satisfeito com as informações prestadas pela Administradora Brasileira de Cartões (ABC) sobre os empréstimos consignados.
A ABC é a empresa contratada, por licitação, pelo Governo do Estado para administrar o crédito consignado. Na prática, ela faz a intermediação entre servidores públicos com bancos, controlando o limite de endividamento dos funcionários. Em setembro, o deputado Heitor Férrer (PDT) denunciou a taxa de juros que vinha sendo cobrada , segundo ele, acima das praticadas no mercado. Além disso, chamou atenção para o fato de que a ABC contratou uma terceira empresa, a CCI, para administrar o consignado. A empresa é de propriedade de Luis Antonio Ribeiro Valadares, genro do secretário-chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho.
Ontem, Cid deixou claro que a Seplag é a responsável por conduzir a apuração do caso. “Ninguém tem ingerência sobre a Secretaria do Planejamento, só o Eduardo Diogo. No meu governo, não permito um secretário interferir na secretaria do outro. Ninguém fala em meu nome”.
Em entrevista ao O POVO, Diogo explicou porque não aceitou as informações da ABC. Segundo ele, a Seplag não tem o detalhamento das ações da empresa. “Quais são os agentes que a ABC utiliza? A Seplag não tem detalhamento das informações. O que queremos é que a ABC mostre como funciona sua rede de relacionamentos na concessão do crédito consignado”, afirmou.
Sanções
Segundo Diogo, na próxima semana a ABC será notificada a prestar mais esclarecimentos e, dependendo da resposta, poderá vir a sofrer sanções. “Isso é assunto de interesse público, já que envolve recursos descontados em folha de pagamento do Estado”. Em nota, a Seplag disse que “refuta e repudia quaisquer eventuais benefícios, próprio ou de terceiros, advindo do proveito de interfaces públicas”. A nota destaca ainda que tomará as providências que avaliar cabíveis, podendo, inclusive, rescindir contratos.
“O que o Governo puder fazer para resguardar os servidores do Estado do Ceará, fará. Se buscarmos equações outras que se evidenciem como mais favoráveis ao servidor, caminharemos nesse sentido”, garantiu Diogo.
O POVO tentou contato com a empresa ABC durante a tarde de ontem, mas a assessoria de comunicação não atendeu às ligações. No número disponibilizado pela empresa em seu site, a reportagem não conseguiu acessar os diretores do grupo.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
O governo não se sentiu contemplado com os esclarecimentos públicos sobre os empréstimos consignados. Semana que vem, a empresa será pressionada mais uma vez para que se explique sobre sua rede de relacionamentos.
SERVIÇO
Para informações sobre empréstimos consignados
Seplag: (85) 3101 3829 ou 31016715consignacao@seplag.ce.gov.br
ABC: 0800 723 1523Endereço: Rua Guilherme Rocha, 17, Centro, Fortaleza-CE
Entenda o caso
No início de novembro de 2009, a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) do Estado lançou o Cartão Único.
O instrumento seria usado para garantir benefícios para os servidores estaduais e evitar endividamentos exagerados na tomada de empréstimos com desconto em folha de pagamento.
Foi fixado o limite legal de 40% do comprometimento do salário dos funcionários (30% para dívidas, 10% para novas consignações).
O Cartão Único passou a ser gerido pela Administradora Brasileira de Cartões (ABC), que venceu a licitação, e pode ser utilizado em compras e consignações, com descontos via débito em conta.
Em setembro do ano passado, o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) denunciou que a ABC havia transferido para a empresa Promus o direito de administrar a quase totalidade do mercado de empréstimos consignados para o funcionalismo estadual.
Fez ainda denúncia de que a empresa aplicaria juros acima do valor de mercado.
A Promus é de propriedade de Luis Antônio Ribeiro Valadares, genro do secretário-chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho.
Na última quarta-feira, a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) publicou nota na qual cobrava da ABC esclarecimento sobre os “detalhes de suas operações com as instituições financeiras credenciadas, demonstrando a adequação dos juros cobrados aos parâmetros praticados pelo mercado”.
Ontem, a ABC publicou nota com informações sobre as taxas de juros. Ainda à tarde, a Seplag soltou nova nota. O documento expunha a insatisfação com os esclarecimentos da empresa e comunicava que haverá nova interpelação, na próxima semana, para que a ABC “supra a plenitude dos questionamentos, de interesse público”.
A Seplag quer saber os agentes que a ABC utiliza, com detalhamento de informações sobre a rede de relacionamentos na concessão do crédito consignado.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016