[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Pessoas mais excluídas | Páginas Azuis | O POVO Online
14/10/2013

Pessoas mais excluídas

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O nome de “O Pequeno Nazareno” faz alusão “ao Deus que se manifesta nas pessoas mais excluídas”, conforme os preceitos da instituição. O terreno-sítio de Maranguape foi comprado para a ONG pela Cáritas da Itália. Casos curiosos permeiam a história da ONG. Um dos mais marcantes é o da mãe que já teve quatro dos sete filhos acolhidos no sítio. Destes, um tem a ressocialização considerada “crítica” e já deixou o lugar. Os outros três permanecem no espaço. Ela está grávida do oitavo bebê.

 

PERFIL

 

Bernd Josef Rosemeyer nasceu em 25/4/1961, em Löningen, uma cidadezinha da Alemanha localizada no distrito de Cloppenburg, na Baixa Saxônia, cuja população é estimada em 14 mil pessoas. Após uma infância ajudando o pai numa gráfica e uma adolescência de engajamento político em causas pela redução da desigualdade social no mundo, notadamente na África, ingressou na Ordem Franciscana. Veio para o Brasil em 1986 para estudar teologia e filosofia no Recife, onde ficou dois anos e acompanhou de perto a problemática da moradia de rua. Abandonou os estudos por sentir-se impotente para mudar essa realidade. Veio para o Ceará no fim dos anos 1980. Queria uma vida franciscana radical. Viveu por dois anos numa pequena comunidade de Ipaporanga, no sertão de Crateús, que não mexia com dinheiro. Trabalhou no roçado e com sindicatos rurais. Veio para Fortaleza no começo dos anos 1990. Queria estudar Direito para prestar assessoria aos trabalhadores rurais. Formou-se pela UFC e criou O Pequeno Nazareno após uma experiência traumática com um garoto chamado Augusto. Hoje, é presidente do Grupo – que tem sede na capital cearense e filial em Recife.


NÚMEROS

 

60

MENINOS

são atendidos pela O Pequeno Nazareno, sendo 40 no CE e 20 em PE


43,2

MIL REAIS

é o custo médio de manutenção do sítio. Tudo vem de doações.

 

BASTIDORES

 

De bermuda, camisa social 3x4, sandálias Havaianas e sorriso largo no rosto, Bernardo recebeu a equipe do O POVO no sítio da ONG na zona rural de Maranguape. O bate-papo durou cerca de uma hora e 45 minutos, e aconteceu na casa dele na mesma propriedade onde os meninos são assistidos.

 

 

A casa de Bernardo é pequena e simples. Tem apenas três cômodos, um dos quais usado como escritório e quarto. Há livros por toda parte. Muitos religiosos e com referências a São Francisco de Assis. Um crucifixo gigante logo na entrada dá as boas-vindas a quem o visita. Além de Nina, a cachorrinha da raça Pinscher, claro.

 

 

Oitenta empresas são parceiras da ONG e recebem jovens capacitados em cursos profissionalizantes para inclusão no mercado de trabalho. Sem esse trabalho, Bernardo acha que seria impossível ajudar na recuperação das crianças e adolescentes.

 


O sítio onde as crianças e adolescentes ficam tem 57 hectares e conta com piscina, quadras poliesportivas, pista de skate, estábulo, lagos, fontes naturais, campos de futebol, laboratórios de informática, salas de conferência, auditório e refeitório.



Para chegar ao sítio, é necessário percorrer uma extensa estrada carroçável que tem início na CE-065, na entrada para o sítio Cajubar. O espaço fica no fim desse caminho e está sempre de portões abertos. “Aqui, os meninos são livres”, explica a assistente social Monaliza Reis.

 


Informações sobre o funcionamento da ONG e como ajudá-la podem ser obtidas pelos telefones 0800 095 2214 e 3212 5727. O atendimento é de segunda a sexta-feira. A sede da organização fica na rua Senador Alencar, 1324, no Centro.

 


Bernardo diz que a primeira manchete de jornal que leu ao chegar em Fortaleza nos idos de 1990 foi do O POVO. “Falava sobre a existência de 16 mil meninos de rua. Naquela época, se colocava no mesmo grupo os meninos que passavam o dia na rua e os que moravam na rua”.

 


Apesar das histórias tristes envolvendo crianças e adolescentes moradores de rua com os quais Bernardo teve contato nesses 27 anos de Brasil, ele emocionou-se durante a entrevista apenas quando nos mostrou a fotografia dos pais, mortos há três anos. A mãe dele chegou a conhecer o sítio de Maranguape. Ele vai à Alemanha pelo menos uma vez por ano. Mas não pretende ficar. “Meu lugar é aqui”, resume.

 

PERGUNTA DO LEITOR

 

Talita Maciel, membro do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará


Como você avalia a denúncia de que a Prefeitura retirou moradores de rua na época da Copa das Confederações?

Bernardo - Essa prática não leva a resultado nenhum. Você tem que pensar a médio e longo prazo. O direito fundamental de uma criança que está morando nas ruas é deixar de ser moradora de rua. Quando comecei a trabalhar, tinham 540 crianças nas ruas. Hoje, tem em torno de 100. É uma tendência muito salutar. Mas a situação se torna mais complexa do que antigamente pela entrada do crack. A questão não é o recolhimento compulsório. É a garantia de um tratamento de qualidade a qualquer familiar desse que está sofrendo com essa desgraça.

 

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