[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Dos tempos de luxo e fama | Páginas Azuis | O POVO Online
04/02/2013

Dos tempos de luxo e fama

"O problema é que tem que trabalhar com a pessoa que gosta daquilo. Se não gostar, não vai."
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As duas fotos reproduzidas ao lado são, especialmente, significativas para o carnavalesco Izidoro dos Santos. A primeira é o retrato do começo da carreira, aos 17 anos, quando se fantasiou de “Athaalpa, o último inca”. Começo e prenúncio, ao mesmo tempo: a fantasia foi premiada com o segundo lugar, na categoria luxo, durante desfile no Ginásio Paulo Sarasate.


O outro retrato em preto e branco é a versão de Izidoro para o Pavão Mysterioso de Ednardo (a letra original da canção é com “i” e não “y”). Além dos bailes, a fantasia encheu de glamour o programa de Hebe Camargo – em 1975, ainda na extinta TV Tupi.

Até a década de 1990, o carnavalesco cearense foi destaque em competições do gênero, ao lado de mitos como Evandro de Castro Lima, Clóvis Bornay, Geraldo Sobreia, Jésus Henrique, Wilza Carla. Izidoro vivenciou um tempo de luxo e fama no Hotel Glória, Clube Sírio Libanês, Tamôio, Copacabana Palace, Clube Real Português, Baile Municipal...

 

Casa de carnavalesco tem sempre um “puxadinho” para abrigar o Carnaval. Izidoro dos Santos organiza ideias, pesquisas, figurinos, paetês em um quartinho no quintal da jeitosa residência, no bairro Montese. Um quintal, diga-se, pronto para receber visitas: com uma coberta, uma mesa de refeições e enfeites de viagens.

 

No quarto dos fundos da casa, absorto, Izidoro costura parte da beleza dos maracatus que desfilam na avenida Domingo Olímpio. Um trabalho que o revigora, ele diz, feito entre os troféus de ontem, um pôster de Madrid e quadros que trazem de volta, em páginas de revistas emolduradas, “Elegantes mantos para senhoras, saias e combinações”.

 

Esopo, Auto da Compadecida, Mitologia Greco-Romana, Surrealismo, Arte Pop, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil são alguns dos livros que se entrançam à inspiração e dão corda ao imaginário do carnavalesco. Izidoro dos Santos mantém uma pequena biblioteca, para pesquisas.

 

A ideia que principia uma fantasia carnavalesca pode saltar de um livro ou se mostrar em lugares menos prováveis. Como a fantasia nomeada “Pierrot art-nouveau”, aponta Izidoro dos Santos: “Foi inspirada em um abajur que meu pai tinha”. E a História também veste o homem: “Mathias Beck” e “O petróleo é nosso” são mais exemplos do acervo de Izidoro. Até oito pessoas confeccionavam uma única fantasia.

 

Perfil

Izidoro Neto dos Santos, 64 pra 65 anos (nasceu em 23 de junho de 1948), é filho de um construtor naval, Teodonho Izidoro dos Santos, e de uma dona de casa, Maria Fernandina dos Santos. O sangue folião, ele adquiriu do avô materno, Antônio Gomes dos Santos, que mantinha blocos carnavalescos no interior de Alagoas, ao tempo em que Izidoro era criança.


A adolescência traçou uma ponte com as imaginações da infância e, aos 17 anos, Izidoro estreava nos concursos de fantasias locais – categoria luxo e originalidade. Desfilou os primeiros lugares no Ginásio Paulo Sarasate, Náutico Atlético Cearense e shopping Iguatemi.


Seguiu majestoso por bailes tradicionais de Recife e do Rio de Janeiro, fez-se destaque nas escolas de samba Beija-Flor e Salgueiro, alcançou a Europa. E, depois de 25 anos de desfiles, mais velho – e não menos carnavalesco – Izidoro passa a doar fantasias e brilho aos maracatus Vozes da África, Baobab e Nação Iracema.

 

Pergunta do leitor

 

Ivonilo Praciano, jornalista


OPOVO - Hoje em dia, o que é o Carnaval para o senhor?

Izidoro – Esse Carnaval daqui, eu vi ano passado, pouca gente assiste o Carnaval. Vai tudo para as praias.

Dulce – Comparando com o que a gente já viveu, tá acabado.

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