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As heranças políticas e econômicas que Hugo Chávez deixa ao povo venezuelano, após 14 anos de chavismo, são tão controversas quanto o regime anti-imperialista que ele implantou no país.
Se por um lado, houve significativa redução da miséria e, consequentemente, das desigualdades sociais entre pobres e ricos, há de se observar também a economia frágil. Depende da venda de petróleo venezuelano, de baixa qualidade, e há falta de incentivo à indústria nacional.
Atualmente, o povo venezuelano convive com altos índices de inflação e congelamento do salário mínimo. No entanto, o professor de Ciências Políticas da Universidade Fedreal do Ceará (UFC), Felipe Braga, analisa que o modelo chavista, apesar das fragilidades, foi benéfico para o povo venezuelano do ponto de vista social: “O chavismo foi favorável socialmente porque beneficiou a população em suas necessidades sociais mais básicas”.
O desafio agora para o novo líder venezuelano que suceder Chávez é manter os programas sociais implantados e afastar cada vez mais a população da linha da miséria. O cientista político Josênio Parente analisa que o legado positivo deixado por Hugo Chávez foi construído em bases sólidas: “Neste momento, apesar das incertezas, não acredito que a Venezuela enfrentará uma crise que seja capaz de destruir as bases políticas e econômicas que Chávez construiu”, opina. (Marina Solon - Especial para O POVO - marinasolon@opovo.com.br)
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