Cardeais querem que Bento XVI se explique

VINCENZO PINTO

Cardeais iniciaram ontem as chamadas "congregações" que vão preparar a eleição do novo papa

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Os cardeais decidiram ontem, durante o primeiro encontro de preparação o conclave, na Cidade do Vaticano, agradecer ao papa emérito Bento XVI. Mas também cobrarão explicações francas sobre o funcionamento da Igreja Católica antes da escolha do próximo sumo pontífice.

Numa entrevista coletiva, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, indicou que o decano do Colégio Sagrado, o cardeal Angelo Sodano, propôs “preparar uma mensagem para expressar ao papa emérito sua afeição e gratidão, o que os cardeais aceitaram”.

Nessa primeira reunião, os cardeais prestaram juramento de manter em segredo o conteúdo das reuniões, “mas poderão falar à imprensa sobre questões da Igreja”, indicou Lombardi. Quatro dias após a renúncia histórica do santo padre, alguns cardeais exigiram explicações.

“Queremos estar cientes do que está acontecendo no Vaticano, no conjunto da organização central da Igreja que passou por turbulências nos últimos tempos”, declarou a jornalistas o cardeal francês Philippe Barbarin, ao sair do encontro.

“Se quisermos fazer boas decisões, estou certo de que devemos ter algumas informações relacionadas a isto”, acrescentou o cardeal sul-africano Wilfrid Napier, sobre o escândalo do Vatileaks que revelou as intrigas e graves tensões na Cúria Rromana. O cardeal-arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, compartilhou da mesma opinião.

“Acredito que permaneceremos aqui toda a semana e alguns dias da próxima. Tomaremos todo o tempo necessário para determinar qual o perfil de Papa que precisamos. Gostaria que fosse poliglota, um homem de fé e diálogo. Ele poderia ser jovem, mas não obrigatoriamente. O novo papa precisará obrigatoriamente enfrentar os problemas na Cúria”, declarou o prelado francês.

Bento XVI, muito respeitado por sua mensagem religiosa e coerência, foi, em contrapartida, criticado por ter deixado de realizar reformas no governo central da Igreja. Lombardi acrescentou que os cardeais, provenientes do mundo inteiro, poderão pedir a seus colegas “todas as informações que julgarem necessárias”.

O momento conturbado no Vaticano e, mais recentemente, as especulações sobre um possível lobby gay não são bem vistas pelos cardeais vindos do exterior. Segundo eles, esses problemas deformam a imagem de uma Igreja dinâmica e corajosa que deve enfrentar problemas de sobrevivência. Para o cardeal espanhol Carlo Amigo Vallejo, “Vatileaks, é muito barulho por nada, apenas problemas de organização, de perfeccionismo da estrutura”. (das agências de notícias)

DILMA RENOVARÁ CONVITE PARA ELEITO IR AO RIO

Jornada

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem que, assim que o novo papa for eleito, a presidente Dilma Rousseff deverá enviar uma delegação a Roma, a fim de renovar o convite da visita do pontífice ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Pode ser a primeira viagem internacional do santo padre.

BISPO IMPOSTOR É BARRADO ANTES DO INÍCIO DA REUNIÃO

Corpus Dei

Ele chegou cedo para a primeira reunião geral dos cardeais na Cidade do Vaticano. Para jornalistas, apresentou-se como “Basilius” e disse ser bispo da inexistente ”igreja ortodoxa italiana”. Ele é Ralph Napierski, membro fundador da corrente Corpus Dei, com sede em Berlim. Depois de descoberto, foi retirado pela segurança.

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO PODE SER DESENGAVETADA

Mudanças

Enquanto ainda era cardeal, nos anos 1980, Joseph Ratzinger, que depois se tornaria o papa Bento XVI, condenou a Teologia da Libertação. Agora, passados 30 anos, a teologia parece ter à frente uma nova chance de encontrar uma aceitação maior dentro da Igreja. A proposta deixou importantes marcas percebíveis até hoje, como a agenda sociopolítica.

SAIBA MAIS

A data do conclave que elegerá o novo papa a seria anunciada nesta terça-feira , 5, mas provavelmente o Vaticano precisará de mais um ou dois dias para divulgá-la. Por determinação de Bento XVI, que em sua última semana de pontificado manteve o prazo de 15 a 20 dias após a sede vacante para o início da reunião, a data poderá ser excepcionalmente antecipada, com a condição de que todos os cardeais eleitores estejam em Roma.

Conforme o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, os cardeais se comunicaram em cinco línguas - italiano, francês, inglês, espanhol e alemão. O carmelengo, cardeal Angelo Sodano, e o decano, cardeal Tarcisio Bertone, presidiram a reunião com a assistência dos cardeais Giovanni Battista Re, Franc Rode e Crescenzio Sepe. O secretário é o arcebispo Lorenzo Baltisseri, ex-núncio apostólico no Brasil, que será também secretário do conclave.

Estiveram presentes na primeira reunião da congregação geral 142 membros da cúpula da igreja, 103 deles eleitores no conclave. Até meio-dia (8horas no Brasil), horário da última "lista de presença", faltavam apenas 12 cardeais com direto a voto para que não haja mais nenhum impedimento ao início do conclave.

Cerca de 4,3 mil jornalistas e técnicos de rádio e televisão foram credenciados para cobrir o conclave, mas o número deve crescer. Redes de televisão montaram seus equipamentos na Praça de São Pedro e no alto de alguns prédios vizinhos.

> TAGS: conclave igreja cardeais

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kaiolimma 05/03/2013 15:38

Newton, meu irmão! Que viagem na maionese essa teoria sua hein... Tá vendo muito filme. Viva na realidade! E vocês editores, que decepção esse desespero para chamar atenção. Manchetes sensacionalistas, baseadas em cópias das matérias das Agências Européias, que estão sem basse alguma para conteúdo.

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