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ENTREVISTA. FRANCISCO JATAHY 24/10/2015

Uma visão da cidade

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Irna Cavalcante irnacavalcante@opovo.com.br
EDIMAR SOARES, EM 2/6/2014
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Prédios cada vez mais altos, porém, afastados um dos outros, com vista para natureza, que ofereçam comércio e serviços na parte térrea e permitam aos moradores uma experiência de vivência mais intensa dentro do próprio bairro. Um centro também mais cheio de vida e ocupado por pessoas de dia e de noite.
 

Esta é a visão de ordenamento urbano que o engenheiro civil, Francisco Jatahy, de 73 anos, para Fortaleza nos próximos anos. Dono da Jatahy Engenharia, ele fala com a experiência de 45 anos na Construção Civil. Também de quem ergueu o maior prédio da Capital, o Edifício Cidade, de 33 andares, no Jacarecanga.

Elevação dos Gabaritos
A Prefeitura de Fortaleza pretende enviar até o final deste ano à Câmara Municipal um projeto de lei que modifica o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LUOS) em algumas áreas de Fortaleza. Dentre outros pontos, o projeto vai permitir que em algumas áreas possam ser construídos edifícios maiores. A proposta vem dividindo opiniões. Para Jatahy, a mudança é benéfica.
 

“Eu sonho com uma Fortaleza em que os prédios devem ser altos e afastados para que as pessoas tenham um horizonte maior. Você vê os prédios pequeninos de três andares, construídos há 30 anos, e a pessoa da sua sala vê todo o movimento da casa em frente, que fica a oito, dez metros de distância, às vezes até menos. A pessoa que vive em apartamento ainda guarda o saudosismo da velha casa, então, ele precisa de um espaço aberto, da sua varanda tem que ter condições de ver o céu”.
 

Para ele, a altura ideal deve levar em conta fatores como a condição de solo; a vizinhança, para ver se a fundação do prédio não vai interferir nas construções já existentes; a questão da aerovia; do corredor de escoamento de tráfego, mas, sobretudo, o distanciamento de um prédio para outro. A ideia é de que a altura seja distribuída de forma que os prédios não atrapalhem uns aos outros, criando uma “barreira” para ventilação.
 

Ele explica ainda que, em alguns pontos da cidade, não é possível fazer um aumento significativo, mas que existem muitas áreas em que é possível expandir, a exemplo da região oeste da cidade. E defende que o fato de construir edifícios maiores não implica necessariamente em um adensamento populacional. “A infraestrutura é necessária, você não pode desprezar esta pré-condição. Mas na hora em que aumenta a altura do prédio e faz o afastamento você não adensa mais, só faz o prédio mais alto e afastado. Se fizer o contrário, por exemplo, você baixa os prédios e enche os espaços. Não é isso que nós queremos”.

Economia de água
Não é apenas o gabarito dos prédios que deveria ser alterado na Lei de Ocupação do Solo, na avaliação do engenheiro. Para ele, é preciso modificar também a lei para que o consumo de água nos condomínios possa ser apurado de forma individualizada e não coletiva.
 

“Isso não está em discussão, mas deveria estar. Hoje a cota mínima de água e esgoto é R$ 44 reais. É uma cota pequena, mas isso subir porque a água vai rarear, principalmente porque vai ter racionamento. Estamos atravessando uma época de falta de água muito grande e que nós não sabemos quando vai terminar. Em 2016, com certeza será peia de novo”.
 

Hoje, para fazer esta alteração é preciso que todos os condôminos concordem com a alteração. Ele acredita se a cada pessoa só pagasse pelo que usa, a economia seria muito maior. “Se você está aqui vendo seu vizinho gastando água, sabendo que você vai participar, o que é que você faz? Você perde a coragem. O cara não economiza. Agora se cada qual paga o seu, dói no bolso”.
Revitalização do Centro
 

Para Jatahy, a revitalização do Centro de Fortaleza é imperiosa e deve levar em consideração pontos como economia de transporte, aproveitamento da infraestrutura; proteção do espaço; criação de estacionamentos subterrâneos e transferência de órgãos públicos para áreas que hoje estão desocupadas. “Se tem coisas funcionando, as pessoas tendem a dominar o ambiente, as pessoas do bem. A ocupação inibe o crime”.

Crise
Com 45 anos de experiência e mais de 30 prédios construídos, uma das lições que o engenheiro leva é não dar passos maiores que a própria perna. Segundo afirma, as crises são cíclicas, já tendo assistido, ao menos, cinco grandes delas. Para se sobressair, diz que sempre apostou em economia, sem redução da qualidade, e também  na precaução.


“Acho que por isso sou chamado de um construtor à moda antiga, mas eu prefiro fazer só o que dá pra aguentar. Eu não quero dar conselhos, mas quero dizer que quando chega uma época difícil dessas, os meus apartamentos que eu não vendi, eu os guardo para vender melhor depois. Na entressafra, em que ninguém tem mais, eu estou lá com os meus”, afirmou.
 

Ele explica que além da crise econômica em si, muitas empresas estão em situação difícil hoje porque comprometeram muito do seu investimento com permutas de terreno – um terreno deve valer em média 10% do valor de venda, explica, mas muitas empresas hoje trocam por até 50% das unidades – e com endividamento bancário.

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