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Presidente da Câmara Brasil Portugal de Comércio, Indústria e Turismo no Ceará, José Maria Zanocchi, diz que insegurança jurídica, burocracia confusa, infraestrutura e segurança pública estão entre as principais queixas do estrangeiro que investe no Ceará. Ele diz que após o boom de investimento estrangeiro nos últimos 10 anos muitos se decepcionaram e desistiram dos empreendimentos. Se o setor turístico foi o foco principal desses investimentos na área imobiliária, hoje, com o real depreciado, Zanocchi diz que há boas oportunidades em Fortaleza, que tem grande oferta e muitas promoções.
Apesar das incertezas econômicas e políticas, Zanocchi diz que para quem pensa no longo prazo, as oportunidades estão aí. Para o presidente da entidade, o impacto econômico gerado por um centro de conexões de voos internacionais, como o que a Latam pretende construir no Nordeste, seria mais significativo do que uma refinaria de petróleo. Na entrevista seguir, Zanocchi fala de como o investidor português vê a atual crise brasileira e diz que será necessário um grande esforço para recuperar a confiança dos investidores.
O POVO - Como o senhor avalia os investimentos no mercado imobiliário do Ceará nos últimos 10 anos?
José Maria Zanocchi- Nos anos 2000 tivemos a chegada de investimentos de diversas nacionalidades. Com predominância de português, italiano e espanhol, mas você viu muitos investimentos holandeses também. E agora, mais recentemente, você vê a chegada dos coreanos. Existia naquela época toda uma política governamental de atração de investimento, principalmente voltado para o Turismo.OP - Para o senhor, os grandes empreendimentos feitos nesse período, como resorts, foram bem sucedidos?
Zanocchi - Acho que esses empreendimentos foram pegos de surpresa pela questão da crise europeia. Porque muitos deles estavam desenhados para receber o mercado estrangeiro. Nesse contexto, acho que foi satisfatório. Mas o resultado desses investimentos ainda vão aparecer.OP - De que forma o hub da TAM ajudaria na atração de investimentos estrangeiros?
Zanocchi - Existe uma relação direta entre a chegada do voo da TAP e o incremento de investimentos estrangeiros no Ceará, especialmente vindo da Europa. Porque o pequeno e médio investidor passou a ter um acesso rápido e diário ao destino Nordeste, estando a sete horas de voo de Lisboa. Então, se o Ceará conseguir realmente captar esse hub virá um fluxo maior de pessoas e se a gente conseguir captar essas pessoas elas acabam ficando aqui, investindo. Isso tem um impacto muito maior do que o de uma refinaria, por exemplo. Porque você estimula toda uma cadeia produtiva muito mais moderna, baseada em serviço e no comércio.Zanocchi - Não mudou muita coisa.
OP - Como o senhor vê hoje no mercado imobiliário local para estrangeiros?
Zanocchi - Ainda há lançamentos sendo feitos, embora neste momento não haja muita procura. Há projetos iniciados no passado que agora estão evoluindo. O momento é de cautela, mas toda crise oferece oportunidades, principalmente pela apreciação do euro em relação ao real. Se a gente conseguir encontrar investidores olhando para o longo prazo, e que tenham confiança no Brasil, então certamente há boas oportunidades.Zanocchi - No momento, vejo oportunidades principalmente em Fortaleza, e não mais no litoral, porque há uma grande oferta de imóveis, com promoções, e pela infraestrutura da cidade, embora haja muito trabalho a fazer. Mas uma coisa que pouco se fala, e que a Câmara tem discutido, são as oportunidades no Interior, onde faltam hotéis e obras de urbanização. Temos insistido com alguns investidores estrangeiros, principalmente aquele pequeno e médio, para que olhem para cidades como Sobral e Juazeiro do Norte.
OP - O que falta então para que esses investimentos cheguem ao Interior?
Zanocchi - O principal fator é o desconhecimento. Se o português é visto como um alienígena em cidades do Interior, você imagina um italiano. Tem o problema da confiança também. Muitas vezes, o português quando chega aqui ele acha que está em Portugal. E que os negócios são feitos da mesma forma. Só que não são.Zanocchi - Segurança pública, segurança jurídica, respeito aos contratos, infraestrutura. É preciso qualificação na área do Turismo, que haja infraestrutura de hotéis, restaurantes. Na Beira Mar, você não tem uma grande bandeira de hotel internacional, diferente de Salvador, por exemplo.
OP - O brasileiro tem investido em Portugal?
Zanocchi - Logo após a crise de 2008, Portugal lançou um programa chamado “Golden Visa”, pelo qual na compra de imóveis a partir de 500 mil euros a pessoa recebia um visto de residência europeu. E os brasileiros só perdem para os chineses e para os russos. Nessa época, havia muita oportunidade de negócios em Portugal e muitos brasileiros compraram imóveis.OP - Na atual crise ainda há esse movimento?
Zanocchi - Sim, principalmente de pessoas que querem tirar o dinheiro do País. Mas existem fatores que dificultam. Primeiro, os preços. Outra coisa é que essa instabilidade está tão grande, houve uma desvalorização tão acentuada do real que todo mundo está cauteloso.
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