Como dividir as responsabilidades
De acordo Paulo Matos, professor de finanças pessoais da Universidade Federal do Ceará (UFC), mais importante que a compatibilidade financeira do grupo, é a sintonia de hábitos e ocupação. “A capacidade de pagamento é importante, mas se a pessoa pode pagar porém não convive bem com o grupo, não adianta muito”.
Ele, que já passou pela experiência de aluguel compartilhado durante o doutorado, aponta que é preciso ter equilíbrio no rateio das contas. Os custos variáveis devem ser divididos proporcionalmente. “Se um dos moradores faz todas as refeições fora, não tem por que ele participar da cota do gás, enquanto outro faz cozinha todos os dias”.
O professor sugere ainda que alguns serviços sejam contratados de forma individual e instalados dentro dos quartos, como telefone e TV a cabo, por exemplo. “Por isso, a importância da sintonia. Existem grupos com indivíduos tão distintos, que a rotina não permite nem que eles se reúnam”.
Ele atenta ainda para a relação de consumo dos moradores. Se um dos moradores gasta demais e falta com uma parte da cota, o serviço vai ser suspenso. “Uma alternativa é colocar cada despesa do imóvel no nome de uma pessoa, assim todos sentem o peso da responsabilidade. Além de servir de comprovante de endereço”, propõe.
No apartamento em que o estudante de engenharia, Márcio Lima, 23, divide com outros dois colegas, os serviços são os mesmos para os moradores e as despesas divididas igualmente. “Cada um paga em média R$ 480 por mês”, diz.
Para ele a maior dificuldade enfrentada pelo grupo são as tarefas de casa. “A gente não contrata diarista para diminuir as despesas, então tem que ser feito por nós”, explica.
As regras são entregues por escrito. “É uma forma de deixar tudo explicado de forma clara”, revela.
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