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ENTREVISTA. RICARDO BEZERRA 22/08/2015

Contra o efeito escorpião

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Jocélio Leal leal@opovo.com.br

Bem mais simples do que o efeito borboleta. Ricardo Bezerra, 45, diretor da Lopes Immobilis, fala do “Efeito escorpião”. Nos dizeres dele, a instabilidade política e econômica colocou o aracnídeo imaginário no bolso de quem até tem dinheiro, mas está receoso. Segundo ele, 80% de quem movimenta o setor são formados por servidores públicos. Seja da administração direta ou indireta. Ao mercado imobiliário, ensina usar a inteligência para expulsar o escorpião. Noutros termos, sair da defensiva e vencer o veneno com ações promocionais. Ele cita a Black Week, da Lopes, e a Megastore da Mota Machado. No receituário que explica nesta entrevista inclui a defesa do imóvel como salvação. Fala em quatro M’s: marca, marketing, mercadoria e mote.


Ele comemora a decisão do O POVO de fazer a fusão dos dois suplementos da casa no setor, Imóveis e Mercado Imobiliário. “Quando você junta as duas plataformas,você cria uma arma poderosíssima”. Ricardo é conhecido pela agenda positiva sempre aberta. Mas ele diz não ser por acaso ou, tampouco, apenas discurso de corretor. “Eu estou dizendo para você que o mercado está crescendo, que a classe média que compra imóvel não foi afetada pela crise e etc e que os números estão positivos, é verdade”. Abaixo, os principais trechos da conversa com Ricardo Bezerra


O POVO – Você é sempre otimista com o mercado. Em que medida é discurso de corretor ou tese sustentável mesmo?

Ricardo Bezerra - Eu vou lhe falar com sinceridade da alma. Eu sou um otimista por natureza, isso é um fato. Mas eu também não posso fugir da realidade. Isso eu não faço. Como a Lopes Immobilis é a única empresa de capital aberto que trabalha e que atua no segmento de intermediação imobiliária em Fortaleza e uma das únicas do Nordeste, eu trabalho com números. Como nós temos um market share de mais de 80%, a gente tem uma noção de mercado muito forte. Se o meu número está bom, por que eu vou me queixar? É óbvio que, se você trouxer para a individualidade empresarial, às vezes o que é bom para mim pode não ser bom para meus concorrentes. Eu estou dizendo para você que o mercado está crescendo, que a classe média que compra imóvel não foi afetada pela crise e que os números estão positivos, é verdade.

OP - Com que base você fala que a classe média não foi afetada?

Ricardo - Mais de 80% - se não chegar a 90% - dos compradores de imóveis da Lopes Immobilis, são funcionários públicos. Em segundo lugar, estão os profissionais liberais, especialmente médicos e advogados. E, lá no final, empresários, pequenos, médios e grandes. Na nossa visão, o mercado foi afetado no ramo empresarial. Mas quem sustenta o mercado, com mais de 80%, não foi nada afetado.

OP - O que você chama de efeito escorpião?

Ricardo - O efeito escorpião é o desafio da crise que está aí. Desafio e oportunidade. A instabilidade política e econômica colocou uma espécie de escorpião venenoso no bolso desses 80%. O cara tem o dinheiro, mas ele está receoso. E o que cabe a nós, do mercado imobiliário, fazer é: primeiro, usar a inteligência e criar mecanismos para tirar esse escorpião do bolso. Um desses mecanismos são ações como a Black Week e como a Megastore da Mota Machado. Mas também precisamos agir na conscientização de que o imóvel é a salvação para quem quer salvaguardar o poder de compra da moeda. Pode observar a história do mercado financeiro, quem não se alicerçou em imóveis se deu muito mal. Posso te contar um fato? Eu estava em um restaurante com minha família quando um cidadão sai lá do outro lado e vem para a minha mesa: “Você que é o Ricardo Bezerra dos imóveis? Rapaz, do jeito que você fala, é como se imóvel curasse até dor de barriga”. Como eu sou espirituoso, disse: “O imóvel traz a estabilidade financeira para a família. Se ele traz estabilidade financeira, evita o estresse, se ele evita o estresse, evita as doenças que são consequência do estresse, dentre as quais você pode elencar a dor de barriga. Então, realmente, acho que cura dor de barriga”.

OP - Como aplicar a receita de transformar crise em oportunidade?

Ricardo - Eu acho que é a hora de transformar a crise em oportunidade e você só consegue fazer isso com uma equação, que tem quatro Ms. Primeiro é Marca. Você tem que ter uma marca séria. Segundo, Marketing. Quem não investir em jornal e outros meios de comunicação, não adianta, não vai chegar a um grande público. Terceiro, você tem que ter Mercadoria. Se o produto for ruim, você não vai vender. E para finalizar, o Mote. Era o que estava faltando. Agora tem o mote, que é o tal do desconto.

OP - Qual sua expectativa da fusão dos dois cadernos pelo O POVO?

Ricardo - Tenho convicção de que nós estamos vivendo um momento histórico, de que está nascendo uma plataforma gigantesca. Estamos unindo a fortaleza editorial do O POVO, um dos grupos de maior credibilidade do País - talvez do mundo - com a pujança do mercado imobiliário do Ceará. Tínhamos um caderno que não tinha conteúdo, mas tinha o desfile dos melhores empreendimentos das maiores construtoras do Ceará. E tínhamos um caderno com conteúdo de primeira linha, qualidade gráfica. Quando você junta as duas plataforma, você cria uma arma poderosíssima. Eu não creio que vá existir algo parecido com isso. O mercado imobiliário vai melhorar com essa fusão. Eu diria que é uma fusão atômica, nuclear.

OP – Quando você vendeu o controle da Immobilis para a Lopes e seguiu não como majoritário, passando a ser executivo como isso se deu na sua cabeça de empresário?
Ricardo - Existem duas formas dessas aquisições de empresas imobiliárias. Uma das formas, feita por outra empresa, é adquirir 100% do acervo, do capital da empresa. Aí o cidadão viraria um mero executivo, o que não é o nosso caso. No nosso caso, eles adquiriram parte da empresa, pouco mais da metade da empresa, e nós somos sócios de quase metade da empresa, de 40% da empresa, e eu não posso comentar certos meandros do contrato, mas foi uma operação muito boa para mim, me dá muita liberdade, então é como se eu tivesse uma empresa com um sócio.

OP - Você está dizendo o seguinte: a Lopes conseguiu fazer esse negócio, ter 60%, mas teve a perspicácia de dar uma autonomia para você, porque esse é o grande ativo que ela estava levando?
Ricardo - Não tenho nem dúvida. Isso é contratual. Ele veio como se fosse um sócio de capital, por que não existem empresas de capital e trabalho? É um sócio de capital, mas um capital lato sensu, um capital intelectual. Por exemplo, eu tenho a acesso a sistemas que eu não teria a condição de ter, por maior que eu fosse, sozinho, porque são muito caros, então assim… e o capital intelectual. Eu não posso me furtar de ter um parceiro com uma experiência de 80 anos. É o dobro da nossa idade. Em 80 anos, esse cara já viu tudo. Esse cara me dá assessoria em todos os ramos da nossa atividade e a nossa atividade não é só vender imóvel não. Existe a parte administrativa, existe uma parte de controle, existe uma parte trabalhista, existe uma parte jurídica gigantesca que a gente tem que ter muito cuidado… então essa, para mim, é uma sociedade perfeita e a Lopes, vou até usar o seu termo, teve a perspicácia e a inteligência… porque, um cara que é empresário, que nasce empresário, ele não vira executivo não.

OP – Por que?
Ricardo - Porque a gente tem o diabo de uma coceira de macaco, uma coceira que você quer sempre empreender, empreender e ter a sua para você. Você não quer construir um império para os outros e quando você é executivo, você tá fazendo império para o outro. E o seu, entendeu? Então você quer ser sócio… agora, você sendo sócio, especialmente com um percentual grande, você age como seu. Você tá fazendo para você, você não está fazendo para os outros não. É claro que no mercado da economia atual, quem não tiver sócio, não cresce. Todo mundo tem sócio. Pega as grandes empresas do Ceará, mesmo as familiares... são empresas de capital aberto, as que não são, tem sócios de todo jeito, então quem quer crescer, tem que ter sócio e eu tive. Agora, eu não vou mentir para você, para quem tinha uma empresa quase que unipessoal, que era tudo feito por mim, pra você ter uma ideia, quando eu ia tirar uma nota fiscal, sabe quem era que preenchia a nota? Na caneta? Eu! Entendeu? Eu era muito centralizador e tal. Então, a Lopes me ajudou a crescer. Eu estava inchando, eu não estava crescendo e a Lopes me abriu o caminho e fez entender o que é ser um empresário. Eu era um corretor. Hoje, eu sou um empresário, entendeu? Eu sou um corretor de imóveis e empresário. Eu sei administrar uma empresa, eu entendo sobre como crescer, eu entendo também quando é preciso recuar, às vezes um passo para trás equivale a dois para a frente.

OP - E você recuou quando você foi para Recife e Natal, como é que foi esse avanço e recuo?
Ricardo - É o diabo da coceira do macaco. A vaidade move o mundo, ela faz as pessoas quererem mais com ambição no bom sentido. Faz você querer trocar de carro, de casa, enfim. Mas a vaidade te leva a fazer coisas que às vezes você não pensa tanto. Então assim, eu queria...  Eu digo, eu vou ser a maior do Nordeste custe o que custar. Só que eu não percebi que eu poderia ser a maior do Nordeste como nós somos hoje sem sair do Ceará. E faz parte. Já pensou se o homem tivesse parado lá na África e ficado lá? Nós não estaríamos aqui hoje. Enfim… Esse senso de querer desbravar mercados fez com que a gente fosse. Então eu topei ir para Natal. Vendemos bem, ganhamos dinheiro em Natal de 2009 até 2010. E em 2011, o mercado estava muito ofertado. Começou...

OP - Que é um problema de lá...

Ricardo - Quando eu percebi que o que eu vendi em Fortaleza na minha empresa era praticamente o que o mercado todo de Natal vendia em um ano, ai eu digo, não dá para mim. E vendi. Em Recife foi um convite que a Lopes fez, uma operação que já existia, era u desafio. Eu sou movido a desafios mesmo. Fui para lá. Quando eu percebi…o mercado de Natal foi questão mercadológica. O mercado de Recife não. É um mercado muito bom, mas é um mercado muito ligado à localidade. E a gente precisava de um sócio local para poder crescer. Quando meu sócio disse que não era o momento de se adquirir novos sócios, a gente resolveu, preferivelmente, recuar. Mas eu garanto para você que esses dois passos para trás, entre aspas, me deram 10 para frente aqui, em Fortaleza. Nós aumentamos marketing geral, isso nos fez ter mais oxigênio no cérebro para criar novos mecanismos, como o caderno Mercado Imobiliário.

TRÊS PAIXÕES DE RICARDO

AVIAÇÃO

A aviação é uma paixão, é mais uma forma de eu tirar os demônios do corpo. É um exorcismo aéreo. É porque todo aquele cúmulo de estresse da semana, e eu sou um cara elétrico, eu desovo no domingo. Vou uma vez na semana.Voo com piloto ainda por uma questão de segurança, eu tenho muita coisa na minha cabeça. Eu sou Piloto Comercial . A prova teórica, eu passei já. Hoje, eu posso, se eu fizer o prático, posso pilotar Boeing. Eu não preciso de um piloto do meu lado, mas eu preciso porque eu preciso ter cabeça. Às vezes, eu estou com mil e uma coisas na cabeça ali, e mesmo relaxado ali, mas há um procedimento diferente, o tempo fecha e tal. Apesar de eu já saber IRF, que é voo por instrumento, o tempo fechou, eu tenho condições de pousar sem olhar para o que está acontecendo lá fora. Tenho um Cessna Skylane. É uma paixão. Eu tenho uma visão, o homem precisa de trabalho, de família e de lazer. São três coisas básicas. O lazer é o lado senso e o esporte está no meio também.

CORRER

Eu gosto de correr. Acredite, com essa barriguinha toda aqui, eu corro 10, 11, 12 km todo domingo. Domingo eu vou, minha mulher diz, esse cara parece um robô. É correr de "manhãzinha" cedo, voar de 10h ao meio dia, e à tarde, família.

FAMÍLIA

Então assim, eu gosto da minha família, eu curto a família. A família é tudo. Às vezes você se dedica tanto à família, mas as coisas não acontecem do jeito que você quer, mas o homem que tem trabalho e não tem família, ele nunca vai ser realizado. A família, não precisa ser casado com a mesmo mulher há 20 anos, no meu caso. Você pode ter separado, ter casado de novo, ser solteiro, não interessa. mas você tem que cuidar da sua cria. Tenho três filhos: Arthur, 21; Aninha, 20 e Verinha, 9. Os dois mais velhos fazem direito. Eu sou advogado de carteirinha, se você me perguntar qual o Fórum eu não sei.

TRÊS RAZÕES PARA INVESTIR EM IMÓVEIS

1 - O imóvel é a base da riqueza. Quem disse isso foi Theodore Roosevelt, ex-presidente norte-americano (1933-1945), que ele disse que a base do imóvel é uma riqueza é uma coisa: não existem famílias que se perpetuem no mundo que não seja alicerçada num patrimônio imobiliário.

2- O imóvel para um País de economia e política instável como o Brasil, apesar de nós sermos uma das únicas da América Latina com democracia sólida realmente, mas não podemos negar que vez por outra vem uma instabilidade política e econômica. O imóvel é a única forma que você tem de preservar o poder de compra da moeda. Mesmo o dólar, pode observar se você tem um imóvel que há 20 anos ele custava X em dólar, hoje ele está valendo muito mais do que ele valia há 15, 20 anos. Então, o imóvel no Brasil é a única forma de você preservar o poder de compra da moeda.

3 - O imóvel hoje não é mais só o patrimônio, aquilo que você compra para você usar, comercial, ou para morar. O imóvel é renda, é aposentadoria, é empresa privada. Imóvel como renda, o meu caso é um deles, conheço clientes meus, médicos, que hoje, já se aposentaram e se não fosse o patrimônio imobiliário que eles vinham fazendo ao longo da vida, eles não teriam uma terceira idade tranquila. Eu tenho vários clientes que foram procurando imóvel ao longo do tempo e hoje, vivem muito bem. E outra coisa, dinheiro na mão é vendaval. Poucos são aqueles que conseguem juntar dinheiro. Sempre acontece uma coisa para você fazer, uma viagem, um carro, um diabo… Sempre aparece alguma coisa para você fazer e você gasta. Quando você menos espera, acabou. E uma doença? Você está quieto na sua vida aqui, no outro dia você pode estar com câncer, com uma coisa, e você tem que curar, e ai? O dinheiro vai embora. O patrimônio te dá a renda. Então é isso, a renda, a poupança forçada, a aposentadoria salvaguardando o poder de compra e o imóvel é a base da riqueza, sem ele você não perpetua, o dinheiro acaba. Os imóveis, você passa para os filhos e os filhos continuam recebendo a renda. Eu tenho vários amigos que hoje, qual a sua profissão? Rapaz, eu vivo de renda. Renda deixada pelo avó, que o pai deixou e que está ai sustentando famílias até hoje, entendeu?

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