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No livro Bandeirantes e pioneiros, de Vianna Moog, de 1954, o autor observava que, no México, inexistia então escultura com a fisionomia do conquistador Hernán Cortés, Ao contrário, no Brasil, invasores eram homenageados: na denominação da ilha de Villegagnon, na baía de Guanabara, e o culto ao governador alemão do Brasil holandês, Maurício de Nassau. O fato de Fortaleza ostentar mais honrarias em público à Colônia e ao Império, do que à República, integra esse contexto. Além disso, as revoluções brasileiras foram pouco iconoclastas. É raro se testemunhar aqui destruições consentidas de monumentos ao passado recém-abolido. No Brasil, curiosamente, obras escultórias em apologia do antigo foram erguidas, inclusive, depois de mudanças de regimes. Na capital cearense, a estátua de dom Pedro II na praça da Sé data de 1913: ou seja, 24 anos após a proclamação da República. Este comentário só cobra o sumiço do busto de Matias Beck, que havia na pracinha em frente ao Náutico Atlético Cearense, até 50 anos atrás.
Frederico Fontenele Farias, repórter do O POVO
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