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Além da necessidade do diploma de nível superior, é preciso pensar na qualidade da formação dos profissionais responsáveis pela formação de todas as outras carreiras. O doutor em educação Idevaldo Bodião aponta algo preocupante. “Tivemos instituições no Ceará que ofereceram cursos de formação em licenciatura breve em vários estados do Nordeste. Os professores que ofereceram esses cursos já tinham uma formação fragilíssima. Foram formações super precárias; fornecidas em condições limites e sem o mínimo necessário”.
Segundo ele, o profissional depara-se com outra realidade crítica quando decide lecionar. “Para o menos qualificado, menos experiente, acaba sobrando a tarefa mais complexa, mais elaborada. Temos uma inversão perversa, que ignora a situação de iniciante e transfere para o mais frágil a tarefa mais complicada”.
Idevaldo rechaça a tese de que a solução do problema está em apenas trazer o professor para dentro da sala e submetê-lo a processos de reciclagem. Na opinião dele, o grande entrave está no fato de a educação ser, em geral, tratada apenas pelo viés administrativo.
Bodião avalia os números do Inep sobre a escolaridade do professorado brasileiro. “Tivemos bons resultados em termos numéricos, mas isso não foi suficiente para mudar o perfil da escola pública. Ampliamos vaga, mas não garantimos qualidade. Logo, o direito à educação não está completado”.
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