Morte coloca chavismo em risco

A morte de Chávez representa a possibilidade de ruptura com seu modelo anti-imperialista. Nicolás Maduro tem a missão de manter 14 anos de hegemonia

Marina Solon politica@opovo.com.br

JUAN BARRETO/AFP

Chávez implementou política anti-imperialista

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A morte do presidente Hugo Chávez traz consigo forte cenário de incertezas para a situação vindoura da política interna e externa da Venezuela. Ocupando o cargo desde 1999, Chávez foi o líder democrático mais longevo da história recente da América Latina. Reeleito no último mês de outubro, ele exercia seu quarto mandato consecutivo, que se estenderia até 2019.

Chávez implantou e representou uma política anti-imperialista. Rompeu com os Estados Unidos e vislumbrava que a Venezuela liderasse economicamente a América Latina.

Herdeiro político de Chávez, o vice-presidente Nicolás Maduro terá que passar pela prova das urnas para dar continuidade ao chavismo apregoado em 14 anos de governo. Caso vença, terá a missão de, sem o carisma e a fortaleza política de Chávez, continuar a quebra da influência dos Estados Unidos na Venezuela enquanto luta para que que o país mantenha a população cada vez mais longe da linha da pobreza.

Caso a oposição saia vitoriosa, a Venezuela deve voltar suas atenções a diálogos mais intensos com os Estados Unidos e menos focados na América do Sul, o que traria, invariavelmente, um enfraquecimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer, analisa que, caso vença, Nicolás Maduro não terá o prestígio de Chávez na política venezuelana. O que, segundo Fleischer, é positivo para o Brasil. “Isso porque desde que Chávez assumiu o comando da Venezuela, este país desafiou o Brasil na liderança econômica da América do Sul. Um líder mais fraco traria segurança ao Brasil de que sua liderança não correria mais risco de ser usurpada”.

Fleischer ponderou que Chávez promoveu um discurso político forte, mas não preparou um sucessor à altura dele.

A doutora em América Latina e professora do curso de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, Regiane Bressan, detecta crescimento da oposição ao chavismo. Segundo ela, é necessário que se considere a derrota de Maduro nas urnas e o crescimento político de Henrique Capriles, líder da oposição. “Caso aconteça a vitória de Capriles, ocorrerá revisão política das relações diplomáticas da Venezuela com os demais países latinos”.

A vitória da oposição representa menos intervenção estatal na economia venezuelana e um resgate das relações internacionais com países desenvolvidos.

NÚMEROS

345

bilhões de dólares é o valor do Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela (estimativa de 2010)

211

bilhões de barris de petróleo é a estimativa de reservas da Venezuela, a 2ª maior do mundo

PERSONALIDADES

1) Apesar de polêmico, Chávez mantinha relações cordiais com várias personalidades, como o presidente afastado de Cuba, Fidel Castro. 2) Chávez em encontro com presidente da Argentina Cristina Kirchner. 3) Evo Morales, presidente da Venezuela, se inspirava em Chávez. 4) Chávez era muito próximo a Lula. 5) Encontro com o então papa Bento XVI. 6) Reunião com a presidente Dilma Rousseff

> TAGS: venezuela chávez

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Bruno 06/03/2013 08:54

Das três "notícias" do site sobre a morte de Chaves, nenhuma falou de seu legado e da transformação (pra melhor) que viveu o povo venezuelano. Só falam em "fim da hegemonia", "crise pra unir alas", e "novas eleições". Porque será?

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