Com a decisão do encerramento das atividades da usina de biodiesel em Quixadá, de propriedade da Petrobras, a bancada cearense no Congresso deverá se reunir para buscar alternativas para que a unidade continue com a operação no Interior do Estado. A reunião ocorrerá nesta terça-feira, 11, em Brasília.
“Colocamos para bancada a questão da usina. O que discordamos é da decisão unilateral da Petrobras. Reprovamos essa atitude. Queremos que a empresa abra negociação com o Ceará, envolvendo governo, parlamentares e empresários”, destacou o deputado Odorico Monteiro (PROS).
Ele cita uma conversa com o governador Camilo Santana (PT) para a permanência do empreendimento em Quixadá. Dentre as ações, estaria a proposta de incentivos para a aquisição de mamona em outros estados, insumo essencial para a produção do biodiesel no empreendimento.
“Hoje a Petrobras paga impostos na aquisição da matéria-prima e na venda. Queremos concretizar os incentivos. Mas se eles querem vender a usina para a iniciativa privada, que façam com a usina funcionando”, considera. Caso as ações não surtam efeito, é ventilada a ideia de ir ao Rio de Janeiro para dialogar com o presidente da Petrobras, Pedro Parente. Segundo Odorico, a estatal emprega 300 pessoas na unidade.
Procurada pelo O POVO, a assessoria de imprensa do Governo do Estado disse não ter sido comunicada sobre as negociações. A Petrobras também foi questionada sobre uma eventual reunião com parlamentares e se o ativo poderá ser transferido para a iniciativa privada, mas disse que a posição da empresa é a divulgada na última quinta-feira em que informa que a Petrobras Biocombustível optou por encerrar a produção de biodiesel no Ceará e assim focar recursos em projetos com maior rentabilidade.
A empresa anunciou desativar a usina produtora de biodiesel em Quixadá no dia 1º de novembro. A decisão é consequência do projeto da companhia de sair do setor de biocombustíveis, comunicada no mês passado. A empresa informou que a desmobilização levará seis meses e será realizada por uma equipe multidisciplinar. Os empregados próprios serão transferidos para as outras duas unidades da Petrobras Biocombustível e os empregados cedidos serão realocados em outras unidades da estatal.
Dificuldade
A decisão da Petrobras não pode mais ser revertida. O anúncio no Plano de Negócios de 2017 a 2022 ratifica a iniciativa do encerramento das atividades em Quixadá. “Não vejo a menor condição de a Petrobras voltar a atrás. É algo que já foi determinado em seu Plano de Negócios. O interessante seria repassar para as mãos da iniciativa privada. Esta buscaria outras matérias-primas em substituição à mamona”, frisa Bruno Iughetti, consultor de Petróleo e Gás. Soja e algodão seriam os insumos indicados para produzir o biocombustível em Quixadá. Já a política de subsídios não terá efeito com a estatal. “A Petrobras seria a primeira a sinalizar para os incentivos. Mas isso vai na contramão do propósito da empresa de enxugar gastos de uma operação deficitária”, avalia.
A unidade de Quixadá foi inaugurada em agosto de 2008 com investimento de R$ 76 milhões. Na usina, a Petrobras chegou a utilizar principalmente sementes de soja e algodão importadas da Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Piauí para seguir com a produção. O prejuízo anual girava em R$ 17 milhões.
NÚMEROS
R$ 17
MILHÕESé o valor estimado do prejuízo anual da usina de Quixadá
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