A CNC prevê que, em 2016, o saldo entre trabalhadores admitidos e demitidos no varejo brasileiro deverá ficar negativo em 230 mil postos de trabalho. Se confirmada essa projeção, a força de trabalho no setor encolheria 3%, sendo o pior resultado em mais de uma década. Apesar do resultado negativo, a entidade reduziu a projeção: em maio, esperava-se que o saldo deste ano fosse de -279 mil vagas no comércio.
“A confiança do comércio tem aumentado nos últimos meses, mas ela ainda evidencia um pessimismo no setor. Essa confiança é o principal obstáculo à retomada das contratações e só vai se recuperar realmente quando os fatores que afetam o consumo, como o acesso ao crédito, por exemplo, se combinarem de forma mais favorável”, aponta o economista da CNC Fabio Bentes.
Nos últimos 12 meses, 3,52 milhões de pessoas foram desligadas – o menor nível desde dezembro de 2010, quando foram 3,5 milhões. O ranking da queda de emprego no varejo é liderado pelos ramos de móveis e eletrodomésticos (-9,1%), livrarias e papelarias (-6%) e comércio automotivo (-5,9%). Esses segmentos também são os que mais se destacam negativamente em termos de volume de vendas: respectivamente -15,7%, -15,5% e -17,1%.
Em números absolutos, o maior destaque negativo é o segmento de vestuário e calçados, com redução de 59,9 mil vagas. Responsável por 13% da força de trabalho no varejo, esse setor registrou, nos últimos 12 meses, queda de 11,3% no volume de vendas. Por outro lado, os segmentos de hiper e supermercados e de farmácias e perfumarias ainda têm gerado vagas nos últimos meses (7,5 mil e 13,6 mil postos, respectivamente). (Artumira Dutra)
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