A Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), mostra que 70,3% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida em agosto. O resultado veio 6,3 pontos percentuais acima do indicador em julho (64,0%), e também acompanhado do aumento da inadimplência potencial, que alcançou a taxa mais elevada desde 2010, de 13,4%, e do número de consumidores com contas em atraso.
A proporção dos consumidores com dívidas atrasadas, segundo a pesquisa, teve crescimento de 4,1 pontos percentuais, passando de 24,0%, em julho, para 28,1% neste mês.
O tempo médio de atraso é de 71 dias e a principal justificativa para o não pagamento é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 57,4% dos consumidores. O segundo motivo mais citado pelos pesquisados é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 42,1%, seguido da contestação da dívida (7,9%).
O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.408 com prazo médio de sete meses, comprometendo 36,9% da renda familiar dos consumidores com o pagamento – nível considerado muito elevado.
Avaliação
O diretor técnico do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Fecomércio-CE, Alex Araújo, explica que isoladamente o aumento do percentual de consumidores endividados (pessoas que estão consumindo, assumindo dívida) não é ruim. “O que preocupa mais são as contas em atraso e o comprometimento da renda que, depois de bater recorde no mês passado, caiu um pouco, mas ainda é muito alto”, comenta. Acrescenta que esse crescimento é uma tendência que vem sendo observada ao longo dos meses e significa menos dinheiro para consumo, o que afeta diretamente as vendas do comércio.
De acordo com a pesquisa, os problemas financeiros afetam mais as mulheres (29,4% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso).
Alex Araújo destaca que não é por falta de caráter que as mulheres se encontram nessa situação, mas por terem renda mais baixa e mais responsabilidades. “Elas ganham 1/3 a menos que eles e assumiram muitas obrigações”, observa. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 83,0% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,1%; os empréstimos pessoais, com 9,4%; e os carnês e crediários (7,3%).
De acordo com o levantamento mensal feito pelo IPDC, o consumidor utilizou o crédito mais para a compra de itens de alimentação (56,3% das respostas); artigos de vestuário (36,3%); eletroeletrônicos (36,2%); e despesas de educação e saúde (29,9%).
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar os compromissos, teve aumento de 1,6 pontos percentuais, passando de 11,8%, em julho, para 13,4%, neste mês. De acordo com a pesquisa, atingiu o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2010, quando a atual metodologia passou a ser adotada pelo IPDC.
NÚMEROS
13,4%
DOS CONSUMIDORESda Capital, em agosto, estão inadimplentes
Saiba mais
A pesquisa é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor de Fortaleza e conhecer o comprometimento financeiro, em relação ao comércio local
Também visa auxiliar os empresários a planejarem estratégias de vendas, analisarem situações de risco, entre outras oportunidades
Todo mês, cerca de mil consumidores da Região Metropolitana de Fortaleza são entrevistados pelo IPDC para a realização desta pesquisa.
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