Falta apenas uma semana para a abertura oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016, mas bem antes do início das competições, marcas patrocinadoras lançaram campanhas publicitárias explorando, das mais diversas formas, o Brasil e seus atletas. A forma da abordagem, porém, exige cuidados para que imagens equivocadas do País não sejam levadas para o resto do mundo, pondo em risco sua atratividade turística.
Eliziane Colares, diretora sócia da Advance Comunicação, diz que é comum ver casos em que o Brasil é representado por estereótipos em eventos como as Olimpíadas.
Ela lembra da linha de camisetas lançada pela empresa alemã Adidas na Copa do Mundo 2014, em que o corpo da mulher era estampado nas peças de forma sensualizada. Movimentos feministas consideraram apelativa a forma como a marca retratou a mulher brasileira.
Ainda no ano passado, a Coca-Cola, patrocinadora mundial das Olimpíadas há mais de 80 anos, divulgou um vídeo no qual o seu famoso Urso Polar se transporta magicamente ao Rio de Janeiro, após um gole da bebida. O clima da Cidade é de festa, com pessoas felizes aproveitando um dia ensolarado na praia.
A emissora britânica BBC já observa a Capital carioca por um outro viés: como a Floresta Amazônica, de onde saem animais selvagens como jacarés e bichos-preguiça praticando esportes olímpicos.
Kendy Shirasu, diretor de Criação da agência EBM Quintto, não vê a campanha da BBC como uma forma de depreciar o Brasil. “Realmente o Brasil tem sua floresta. Não vejo de uma forma estereotipada. Todo mundo sabe que aqui não tem só floresta, ainda mais depois de o País ter sediado a última Copa. Acho que é uma boa propaganda, muita gente curtiu”.
Turismo x Esporte
Segundo Kendy, problemas na infraestrutura da Vila Olímpica e críticas quanto à destinação dos investimentos para os jogos, acabaram atrelando uma imagem negativa aos Jogos Olímpicos. A empresas, por consequência, acabaram preferindo não fazer menções ao evento.
Para ele, uma linguagem interessante para abordar o turismo e o esporte em uma propaganda seria o humor. “Tenho preferência por uma dramatização mais levada para o lado do humor, que quebra qualquer resistência que possa ter. O País também é muito rico visualmente e é importante divulgar isso”.
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