A Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada ontem, mostra que 64,0% dos consumidores da capital possuem algum tipo de dívida. O resultado veio 9,8 pontos percentuais abaixo do indicador do último mês de junho (73,8%), sendo o melhor apurado desde novembro de 2014, quando a taxa geral de endividamento foi de 58,4%.
Em direção contrária, o comprometimento da renda aumentou 3,9 pontos, ficando em 39,7%, piorando a qualidade do crédito. O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.438 e o prazo médio é de sete meses. O diretor Técnico do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio-CE), Alex Araújo, destaca que há dois anos o comprometimento da renda era de 30%. Explica que isso preocupa porque, apesar do esforço para reduzir a dívida, os consumidores com renda mais baixa não têm êxito.
Adianta que a dificuldade vem da combinação de fatores. Além do endividamento tem a inflação, com peso grande para quem tem renda baixa, e a restrição do mercado de trabalho prejudicando o controle do orçamento.
De acordo com a Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (26,1% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos (28,0%) e com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (24,8%).
O tempo médio de atraso é de 66 dias. A principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 62,9% dos consumidores. O segundo motivo mais citado, revela a pesquisa, é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades (31,0%), seguido da contestação da dívida (8,1%).
Instrumentos
Alex reforça que as pessoas devem ter cautela e que o ambiente de recessão com inflação alta é nocivo para toda a economia, inclusive para o crédito. “Devem ter cuidado especialmente com os juros do cartão de crédito e do cheque especial, para não perder o equilíbrio”, completa, ressaltando que já está endividado é interessante buscar uma renegociação da dívida para uma condição adequada ao momento atual.
Saiba mais
Inadimplência
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar os pagamentos, teve aumento de 2 pontos percentuais. Passou de 9,8%, em junho, para 11,8%, neste mês.
Mais alto
Conforme o IPDC, o percentual atingiu o patamar mais alto da série histórica, iniciada em 2010, quando a atual metodologia foi adotada.Perfil
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 12,3%), com idade entre 25 e 34 anos (14,4%) e renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (12,2%).Amostra
A pesquisa ouviu 1.762.994 consumidores, com erro amostral máximo de 3,3%.
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