O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho registrou em abril deste ano a redução de 2.266 vagas com carteira assinada no Ceará. Este ano, de janeiro a abril, são menos 19.505 postos e nos últimos 12 meses 43.481 demissões. Tanto no Brasil, que eliminou 62.844 vagas no mês passado, quanto no Ceará, o comércio lidera o fechamento mensal de vagas. Foram 1.519 demissões no Estado e 30.507 em todo o País.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que como num efeito dominó o ajuste do setor de serviços em geral chegou ao comércio. Acrescenta que o impacto é forte porque o setor é um empregador importante. “A queda do emprego começou pela construção civil, seguindo pela indústria e chegou por último ao setor de serviços e comércio”, diz, acrescentando que chegou a hora do varejo fazer o seu ajuste que é a redução de quadro.

Marcela prevê que ainda devem ser registradas quedas este ano e a recuperação do setor só começa ano que vem. Considera que a melhoria das variáveis de confiança, de inflação e possibilidade de queda dos juros ajudam, mas o efeito não é imediato. “Desenha-se a expectativa de notícia boa no ano que vem”.

O analista de Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Mardônio Costa, diz que o desemprego é manifestação mais evidente da crise econômica que também chegou ao comércio. Explica que as demissões vão além do efeito sazonal de dispensa das contratações temporárias que, historicamente, ocorre nos primeiros meses do ano.

Números

SALDO DE ABRIL DE 2016 POR ATIVIDADE Ceará

Extrativa Mineral: -44

Construção Civil: -889

Serviços: 1.185

Agropecuária: -259

Fonte: Ministério do Trabalho

Saiba mais

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O Ceará apresentou saldos negativos em março (- 4.701) e abril de 2016 (-2.266 vagas), que teve resultado inferior ao registrado em abril de 2015 (-3.547 empregos celetistas)

No Brasil, em abril de 2016, verificou-se redução de 62.844 empregos com carteira assinada, resultado menor que o registrado em março de 2016 (-118.776 empregos) e menor que abril de 2015 (-97.825 postos de trabalho)

As regiões com desempenho negativo foram: Nordeste (-25.992 postos), Sudeste (-23.985 postos), Sul (-11.318 postos) e Norte (-5.735 postos) - Dentre as Unidades da Federação, seis elevaram o nível de emprego, com destaque para: Goiás (5.170 postos),Minas Gerais (3.886 postos) e Distrito Federal (1.202 postos)

As maiores quedas ocorreram em São Paulo (-16.583 postos), Rio de Janeiro (-11.754 postos) e Alagoas (-7.102 postos). Houve retração em todas as regiões metropolitanas, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.