Russos mostram interesse em produtos cearenses
Empresários cearenses se reúnem com representantes de Agência de Desenvolvimento Brics para oferecer produtos e serviços
Pelo menos 16 horas separam Fortaleza de Moscou. Isso com um voo direto para Lisboa e de lá para Frankfurt para depois partir até a capital russa. Um voo direto entre a capital cearense e a capital russa pode mudar essa realidade e já está sendo negociado. Mas a distância pode nem ser impedimento para que as duas cidades estabeleçam relações comerciais. Pelo menos na opinião de Roberto Marinho, secretário executivo da Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE-CE). “Veja pelo contrário: temos Cabo Verde aqui ao lado e encontramos diversos obstáculos”, argumenta o empresário. Para ele não é a distância geográfica que determina o sucesso ou fracasso de relações comerciais.
Boa notícia então para Olga Pavlyuk e Marcos Silva, da Agência de Desenvolvimento Brics, da Rússia. Os dois executivos estiveram em Fortaleza para prospectar negócios. De acordo com Marcos, um paraibano que foi morar na Rússia, existe potencialidade para 98% dos setores comerciais cearenses. “Trabalhávamos muito com a Europa, mas com a crise, estamos procurando outros mercados”, justifica. A escolha do Ceará para começar a visita que segue pelo Nordeste tem motivação simples. “O Ceará foi o primeiro estado que nos deu atenção”, conta.
Ele fala que o potencial turístico do Estado é um dos primeiros que se tem interesse em explorar. “Mas precisamos fazer um trabalho de marketing, porque os russos, do Brasil, só conhecem o Rio de janeiro”. Conta que há uma classe emergente na Rússia que procura novos destinos para conhecer e que sistemas hoteleiros que tem aqui como o “all inclusive” é uma novidade interessante para eles.
Mas se os russos só conhecem o Rio de Janeiro, Roberto Marinho diz que vão já conhecer outras coisas. “Deste primeiro contato que surge já houve interesse deles em dois produtos específicos: a polpa de fruta e a cachaça”, revela. E antes mesmo dos russos começarem a fazer caipirinhas, eles já contam com outros produtos cearenses. De acordo com relatório divulgado pelo Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) em 2011 foi exportado do Ceará para a Rússia mais de US$ 1,5 milhão em calçados e outro US$ 1,5 milhão em castanha de caju, além de produtos como aparelhos para cozinhar e frutas somando um total de US$ 6,5 milhões.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A Fiec e o CIN em parceria com o Sebrae reuniram empresários cearenses para apresentara a Missão Prospectiva da Rússia, representada pela Agência de Desenvolvimento Brics. O objetivo foi encontrar parceiros comerciais
Saiba mais
Facilidades
E tudo pode melhorar. Se a distância não é um impedimento essencial, pode ser um fator de atração fundamental.Segundo Fernando Hollanda, consultor da Access Brazil Advisors, existe a chance de ser estabelecido um voo entre Fortaleza e Moscou.
Na verdade a negociação está sendo realizada desde junho deste ano. “Atualmente a gente faz o trajeto pelo mar que segue pela Holanda ou Alemanha, mas a viagem dura entre 20 e 30 dias e depende do clima”, adverte.
Frases
Trabalhávamos muito com a Europa, mas com a crise, estamos procurando outros mercados. O Ceará foi o primeiro estado que nos deu atenção. Marcos Silva, agência de desenvolvimento Brics
Deste primeiro contato que surge já houve interesse deles (russos) em dois produtos específicos: a polpa de fruta e a cachaça. Roberto Marinho, secretário executivo da Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE-CE)
Henriette de Salvi
henriette@opovo.com.br
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