[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Até 2019, 3 mil adolescentes devem ser mortos em Fortaleza | O POVO
Índice 14/07/2015

Até 2019, 3 mil adolescentes devem ser mortos em Fortaleza

Dados do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) projetam que, entre 2013 e 2019, três mil adolescentes, de 12 a 18 anos, serão assassinados em Fortaleza. A Capital tem o maior IHA do Brasil
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Domitila Andrade domitilaandrade@opovo.com.br
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Caso se confirme a tendência apresentada no mais recente Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) 2012, entre 2013 e 2019, três mil adolescentes, na faixa etária de 12 a 18 anos, devem ser vítimas de assassinatos em Fortaleza - a capital que apresenta o maior IHA do País. No Brasil, a projeção é que 42 mil jovens sejam mortos no mesmo período, se consideradas as cidades com mais de 100 mil habitantes. Do total, cerca de 16 mil assassinatos devem acontecer no Nordeste.

Os números foram apresentados em audiência pública ontem, em comemoração aos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na Assembleia Legislativa. A estatística é parte de estudo fruto de parceria entre Observatório de Favelas, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Fundo das Nações Unidas da Infância (Unicef) e Laboratório de Análise da Violência (LAV/Uerj).


Foram analisadas 288 cidades com mais de 100 mil habitantes em todo o País, totalizando um IHA médio de 3,32 adolescentes mortos para cada grupo de mil indivíduos entre 12 e 18 anos. No Nordeste, a região com o maior índice, o número chega a 5,97. O Ceará, com IHA de 7,74, é o terceiro Estado, atrás de Alagoas (8,82) e Bahia (8,59), em que mais se matam jovens. Fortaleza apresenta índice de 9,92 vidas adolescentes perdidas a cada grupo de mil. No ano analisado, mais de 600 adolescentes morreram vítimas de assassinatos na Capital cearense.


Análise

Raquel Willadino, diretora do Observatório de Favelas, detalha que esses jovens têm um perfil muito bem desenhado: são, em sua maioria negros, do sexo masculino, de baixa renda e baixa escolaridade e moradores de favelas e comunidades carentes. A diretora analisa que um menino tem 12 vezes mais chances de ser assassinado do que uma menina. Ela indica ainda que o risco de morte do adolescente negro é três vezes maior do que o do branco, e de a morte ser em decorrência de uso de arma de fogo é cinco vezes maior do que por outros meios.

“Para se enfrentar esse problema é preciso pensar nas dimensões de gênero, debater sobre o racismo como elemento que opera na produção desses homicídios e passar a entender os moradores de espaços populares como pertencentes da cidade e atores políticos fundamentais na construção de políticas de prevenção”, defende.


Para o representante do Unicef em Fortaleza, Rui Aguiar, a divulgação dos dados no momento em que se discute a redução da maioridade penal é importante para que se pense nas causas comuns. “Por um lado, há adolescentes cometendo atos infracionais, e por outro adolescentes sendo mortos. E a explicação é a mesma: faltou política pública e assistência social de qualidade, adequada, no tempo certo”.


Saiba mais


Requerente da audiência pública, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) salientou a premência de uma comissão permanente e intersetorial em relação à letalidade de jovens, além de pautar o programa Ceará Pacífico “para que as políticas públicas de segurança sejam aliadas no combate ao extermínio de adolescentes”.


O deputado colocou ainda como encaminhamento da audiência a criação de espaços de escuta e participação de adolescentes, de um comissão especial para acompanhamento do sistema socioeducativo no Estado, um estudo de aprofundamento de análise psicossocial dos jovens mortos em 2012 em Fortaleza, a entrada no orçamento público de programas com enfoque específico de combate às mortes de adolescente e o debate sobre a classificação dos programas policiais.

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