Bastou sair da sombra formada pela ponte sobre o Rio Ceará que estava dada a largada do percurso na foz. Quando o sol alcançou os nove barcos, até aplauso se ouviu. Assim foi o início do passeio intitulado Conversas Flutuantes, promovido ontem pelo Sesc Ceará, que passará a ser realizado todo mês na Barra do Ceará.
“Queremos promover diálogos, trocas e conversas de quem já trabalha nesse eixo de meio ambiente e sustentabilidade com a sociedade”, explica o coordenador estadual da ação comunitária do Sesc, Paulo Leitão. Mensalmente, 200 pessoas poderão participar, como membros de entidades sociais, escolas, entre outros.
A fragata de ontem reuniu cerca de 250 convidados, além de diversas jangadas. Durante o caminho da água entre os mangues, um palestrante em cada barco abordou temas como os problemas ambientais da região. Na embarcação Marta II, predominou a participação de indígenas, que levaram pinturas na pele, cocares e um tanto de curiosidade.
“O Rio Ceará é importante para a gente pelos manguezais. Nós sobrevivemos da pesca, e aqui vi alguns sacos de lixo. Isso preocupa”, contou o artesão Fabiano Pajé, 25. Membro da etnia Tapeba, partiu dele a iniciativa de puxar um agradecimento à natureza pelo que os olhos viam ao redor. “Só de ver essa paisagem já transmite uma grande paz”, descreve o agente de saúde Welton Rodrigues, 20, representante dos Anacés da Caucaia.
O lixo marinho dominou a conversa pelo rio com o surfista e turismólogo Mozart Araújo. “Temos tipos diferentes aparecendo. Reforçamos a consciência do reciclar, reduzir, reutilizar com todos”.
Potencial turístico
A iniciativa compôs a quarta edição do projeto Encontro Sesc Povos do Mar. Desde 2011, quando o evento foi lançado, avanços e retrocessos foram registrados. “O desmatamento do rio continua. Parece que as autoridades se negam a ver”, critica o coordenador do Sesc.
“Por outro lado, tivemos a potencialização do trabalho turístico dos barqueiros. Depois de quatro anos, o roteiro da Barra começa a ser vendido para pacotes de turistas que mal andavam aqui”.
Proprietário do Marta II (“é o nome da minha filha”), Francisco de Assis, 69, já pensa que esses passeios todo mês podem atrair mais gente. “Turista é muito difícil vir. Tem que divulgar mais, ter mais passeios ecológicos”, sugere.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
Jornal de Hoje | Página Cotidiano