Avenida Mister Hull 12/04/2014

A difícil travessia até a universidade

O POVO visitou o lugar onde um estudante foi atropelado na última quinta, 10, para mostrar a estrutura existente na travessia dos pedestres. Há imprudência tanto de condutores e quanto de quem anda à pé. É preciso cuidado
notícia 8 comentários
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Bruno de Castro brunobrito@opovo.com.br
EDIMAR SOARES
Em 40 minutos no local, O POVO flagrou 22 pessoas atravessando fora da faixa para pedestres


Por dia, 127 mil veículos cruzam o trecho da BR-222 onde o universitário Thalis de Carvalho e Silva, de apenas 17 anos, foi atropelado na última quinta, 10. Um tráfego intenso que requer dos pedestres atenção na travessia da via, conhecida como avenida Mister Hull.


Thalis foi colhido por um caminhão quando tentava chegar à entrada do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC), início da rodovia federal. Era começo da manhã e ele seguia para a aula. Fez o que, em 40 minutos no local ontem, O POVO flagrou 22 pessoas repetindo: atravessou fora da faixa para pedestres.


No local do acidente, há semáforo nas quatro vias (duas no sentido Fortaleza-Caucaia, onde o estudante foi atropelado, e duas no sentido oposto). Há também fotossenssores, sinalizador, faixa para pedestres e botoeira (equipamento que permite aos não-motorizados a solicitação de parada dos veículos). Entretanto, é impossível sair de uma ponta a outra da BR de uma só vez.


O tempo aberto dos sinais só permite ao pedestre chegar até metade da via. É preciso esperar no canteiro central uma nova abertura de semáforo. Do contrário, o risco é ainda maior. “Mesmo com o sinal fechado, dá um pouco de medo de atravessar. Tem carro que vem dali (da rua Frei Odilon) duma vez. Eu tento tomar cuidado e passar sempre na faixa”, disse a universitária Mirele Rodrigues.


Contudo, a imprudência flagrante não é só de quem anda à pé. O POVO viu carros parados sobre a faixa de pedestres, veículos fazendo retornos proibidos e uma moto furando o sinal vermelho. A reportagem não visualizou nenhum agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pelo ordenamento da via. “Em dois meses aqui, foi o primeiro acidente que vi. Mas tem muito motorista doido. Tem muita gente teimosa também. Tem a faixa e o pessoal insiste em não usar”, afirmou o vendedor Francisco Matoso, 46.


Por conta da morte de Thalis, alunos da UFC e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição reivindicam a construção de uma passarela no local. A reitoria da entidade reforça o pedido. “Se a gente pudesse passar de uma vez seria melhor. Mas eu não acho perigoso. Acho normal”, ponderou o universitário Antônio Jair Lima, 17.


O POVO solicitou à PRF o registro de acidentes, feridos e mortos na Mister Hull entre janeiro de 2013 e ontem. Contudo, o Núcleo de Comunicação Social do órgão informou a impossibilidade de fornecimento dos dados por conta de problemas no sistema de ocorrências. Em nota, a agente Neurismene Carvalho classificou o trecho Fortaleza-Caucaia da BR-222 como “o mais crítico”. Entretanto, ponderou que o ponto em frente à UFC não é especialmente preocupante.

 

Serviço

Pedidos de melhorias nas BRs que cortam o Ceará

Onde: Dnit (Km 6 da BR-116)

Telefone: (85) 4012 9452 ou (61) 3315 4000

 

Saiba mais


Apesar de fiscalizar as rodovias federais que cruzam o Ceará, a PRF não tem função constitucional de viabilizar passarelas. Apenas o Dnit faz isso. Segundo a agente Neurismene Carvalho, a PRF apenas encaminha ao Dnit estatísticas referentes a trechos de maior gravidade.

 

Thalis de Carvalho e Silva chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O enterro aconteceu ontem no Cemitério Jardim Metropolitano.

 

Para a noite de ontem, a Prefeitura previa a instalação de dois semáforos na Mister Hull, em frente ao Terminal do Antônio Bezerra.

espaço do leitor
joão 16/04/2014 09:51
Sou moradora do Pici e ex-estudante da UFC e sei que tem um semáforo na mister hull praticamente em frente à entrada da UFC. Devia ter sensor de "bom senso" com o cuidado na hora de atravessar também. A própria pessoa escolhe se arriscar, fica complicado. O pedestre tem que fazer a parte d
Fátima 15/04/2014 11:14
Percebo que o não uso da faixa por parte dos pedestres e a falta de respeito por parte do condutor é totalmente cultural, pois queria entender, pq os motoristas na Beira-mar param, no Iguatemi param e pq nos outros locais não? Só pq é área nobre? Preservar a vida é sinônimo de status social????
neto 13/04/2014 17:57
Pode botar passarelas a cada 100 mtrs, mesmo assim continuam atravessando até mesmo fora da faixa, se o sinal é rápido e não da tempo atravessar de uma só vez, eh só esperar o próximo sinal. E sobre os motoqueiros, muitos cobrem a placacom as mãos, sem um pingo de respeito ao pedestre.
GGuerra 12/04/2014 22:27
O pior de tudo é que o povo é tão mal educado que mesmo com passarelas ainda prefere se arriscar na via. Já vi várias vezes alguns atravessando sobre de passarelas.
JUSTUS INDIGNATUS 12/04/2014 14:48
A morte do estudante não responde a falta de uma passarela, de sinalização adequada e instrumentos de proteção para o pedestre. São 4 faixas perigosas demais para serem atravessadas por estudantes e pessoas apressadas, e SINALIZAR DEVIDAMENTE É TAREFA DO ESTADO.
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