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Para Jeannette Filomeno Pouchain Ramos, professora visitante da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) e pesquisadora de ensino médio, a solução para a educação pública, no Brasil e no Ceará, são os investimentos. “É fundamental que os professores sejam melhor remunerados e tenham melhores condições de trabalho. Para ilustrar, o Ceará não implementou ainda a lei federal que estabelece 1/3 da carga horária para planejamento, mas o desafio não é apenas 1/3, que melhora, mas não resolve. Este é apenas um paliativo”, comenta.
Jeannette lembra que só é possível ampliar a carga horária escolar dos jovens se houver “investimentos que garantam a contratação de mais professores, construção de mais escolas, alimentação, transporte”. Apesar disso, a professora universitária diz que a atuação das Escolas Estaduais de Educação Profissional tem sido importante por contribuir com a permanência dos estudantes na escola. “Se for ampliada para todos os jovens do Ceará teremos uma redução significativa e drástica nos índices de violência no Estado”, aponta.
Já o coordenador do Laboratório de Estudos do Trabalho e Qualificação Profissional da Universidade Federal do Ceará (Labor/UFC), Enéas Arrais, diz que é necessário ampliar o número de professores efetivos nas EEEPs. “O professor do ofício, muitas vezes, é um temporário do Estado. Somente agora eles estão tendo formação pedagógica”, lembra Enéas. Para ele, este modelo de escola representa “inegavelmente, um avanço para o Estado, mas elas (EEEPs) precisam ser melhor exploradas em seu potencial”.
De acordo com a titular da Seduc, Izolda Cela, existe uma parceria com o Instituto Federal do Ceará (IFCE) para proporcionar uma formação ao professores da base técnica. “É uma carência. Até procuramos fazer alguns movimentos com encontros de formação, mas nada como um curso mais estruturado para que o professor possa desenvolver melhor as questões pedagógicas e didáticas”. (Isabel Costa)
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