[an error occurred while processing this directive] O desafio de manter bons hábitos na escola | O POVO
OBESIDADE INFANTIL 03/07/2016

O desafio de manter bons hábitos na escola

Lanches prontos, vendidos no supermercado em embalagens coloridas, seduzem as crianças. Manter bons hábitos se torna um desafio
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Ensino, interação social, valores e também educação alimentar. O ambiente escolar pode e deve ser espaço para o cultivo de boas práticas alimentares, que começam ainda na fase da lancheira, criando hábitos, e seguem no estímulo às escolhas saudáveis na compra do lanche na cantina. A fórmula é simples: sucos naturais da fruta, uma opção rica em carboidratos (como pães integrais e biscoitos ricos em fibras) e a própria fruta. Mas fugir da praticidade dos produtos industrializados e não cair na rotina ainda é um desafio.


A nutricionista Alessandra Pereira, que coordena o braço nutricional da Creche Escola Casa da Tia Léa, explica que, por vezes, os lanches planejados pelos pais não são bem aceitos pelas crianças, que adoram os vendidos nos supermercados em embalagens coloridas e cheias de produtos artificiais. “Assim, o melhor é simplificar, evitar os produtos ultraprocessados, que contêm aditivos químicos e calorias vazias. O objetivo é priorizar lanches que podem ser preparados em alguns minutos, que precisam ser planejados e fazer parte do hábito familiar e da escola”, orienta.


Ela conta que a escola onde trabalha envia para os pais, ainda no início do ano letivo, uma lista de alimentos desaconselhados, como refrigerantes, sucos em pó, salgadinhos de pacote tipo xilito, biscoitos recheados ou com cobertura, guloseimas como docinhos, pirulitos, chicletes e barras de chocolate.


Para a nutricionista o ambiente escolar deve “contribuir para o estabelecimento de uma rotina alimentar, valorizando a regionalidade e o consumo de frutas e vegetais em todas as refeições”. Implantar ações educativas, como atividades culinárias, envolvendo a criança no preparo, é uma medida bem-vinda. “É importante lembrar que todos os alimentos devem ser inseridos na alimentação, cada um com sua frequência adequada — uns mais e outros menos”, defende.


Cantinas

Quando a fase do lanche enviado pelos pais acaba, é preciso que a cantina escolar esteja alinhada com a formação dos hábitos. “Um passo importante no combate à obesidade é empreender mudanças nas cantinas das escolas. A gente olha o que está disponível e só vê pastel, coxinha, bolo, refrigerante. É incoerente tratar de educação alimentar na sala de aula e no intervalo oferecer isso às crianças”, critica o psiquiatra, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Centro de Tratamento de Transtornos Alimentares (Cetrata), Fábio Gomes de Matos.

 

A saída, para o nutrólogo Marcelo Maranhão, está no poder dos pais como consumidores em pressionar a escola. “Se não há opções de frutas, de salgados que não sejam com queijo e embutidos em excesso, sucos naturais, sanduíche com pão integral, como a criança, que até já cultiva bons hábitos em casa, pode se alimentar na escola? Cabe aos pais pressionar para que o as cantinas ofereçam o que pode contribuir para a manutenção dos hábitos saudáveis”, completa.


Fábio vai além e acredita que a pressão pode fazer com que legislações específicas sejam criadas para coibir a venda de determinados alimentos nas cantinas e a presença de redes de fast foods nas escolas. (Domitila Andrade)

 

SAIBA MAIS


No último dia 22, as empresas de bebidas Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil anunciaram que, a partir de agosto, não irão mais vender refrigerantes diretamente às cantinas de escolas “para crianças de até 12 anos (ou com maioria de crianças de até essa idade)”.


As fabricantes deverão vender apenas água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos.


A Coca-Cola deve comercializar apenas latas em versão mini dos seus refrigerantes nas escolas, com 250 ml (100 ml a menos que a lata convencional). A medida será adotada para tentar reduzir o consumo mesmo entre os mais velhos.


Estudo Jogue Limpo com o seu Coração examinou, nos anos de 2004, 2008 e 2012, 690 crianças entre 5 e 9 anos de idade. Destas, 30% responderam beber diariamente refrigerantes e sucos industrializados. Apenas 34% delas consumiam frutas cítricas em 2004. Em 2012, o número ainda caiu mais para 23%.

 

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