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Existem pesquisas inovadoras, para convivência com o Semiárido, que ficam cerceadas nos armários das universidades. Por falta de interesse privado, ausência de investimentos ou desconhecimento. O problema, conforme explica Marco Aurélio Holanda, vice-diretor do Centro de Tecnologia da UFC, acontece por restrições das duas instituições – setor privado e ensino superior.
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“Ainda existe preconceito em setores das duas partes. Há ramificações das universidades contrários à interação direta com as empresas. E, também, setores do mercado que consideram o trabalho de pesquisa desenvolvido pela academia como muito lento. Mas essa é a natureza do estudo científico. Não é uma linha de montagem. Muitos empresários não entendem isso”, argumenta Marco Aurélio.
Existem outros agravantes. Iniciar um estudo, que pode demorar 15 ou 20 anos para ficar pronto, não é garantia de ter uma descoberta científica. Afinal, se houvesse a certeza do resultado, não se caracterizaria como pesquisa, mas como aplicação – defende o coordenador. “A universidade precisa de tempo. Estudar e criar uma tecnologia é uma tarefa de seriedade e responsabilidade”, diz.
Com a ausência de interesse do setor privado, entretanto, a população deixa de ser beneficiada por um equipamento ou serviço. Na falta de recursos financeiros para fabricar determinado produto, as pesquisas acabam guardadas – esperando pelo interesse futuro de alguma empresa.
Cultura do diálogo
A professora ainda diz que, com a ampla divulgação de pesquisas na internet, esse processo começou a engatinhar para uma mudança. “Os trabalhos ganham mais visibilidade. Não podemos perder as esperanças. Se um aluno de pós-graduação termina um trabalho, sempre vamos incentivar para a pesquisa ser levada até os órgãos públicos. Em algum momento, alguém vai ter interesse”, afirma. (Isabel Costa).
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