[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Nova espécie de anta é descoberta no Brasil | O POVO
AMAZÔNIA 22/12/2013

Nova espécie de anta é descoberta no Brasil

A nova espécie de anta descrita por cientistas vive na Amazônia e é conhecida como anta-pretinha
DIVULGAÇÃO
'Tapirus kabomani' flagrados pelos pesquisadores na floresta Amazônica
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Para alguns moradores da Amazôia, ela é conhecida só como anta-pretinha. O bicho acaba de ganhar um nome em latim só seu - Tapirus kabomani -, tornando-se a mais nova espécie de grande mamífero brasileiro a ser reconhecida pela ciência. A T. kabomani, descrita em estudo coordenado por Mario Cozzuol e Fabrício Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem pelagem mais escura e é menor do que as antas mais comuns no Brasil (daí o apelido popular).

 

Há ainda diferenças em detalhes do esqueleto e no genoma do bicho. No conjunto, explica Santos, os dados são suficientes para classificar a anta como espécie distinta. Uma pista importante, diz ele, é que a “pretinha” vive perto de suas parentes maiores, mas os dados de DNA mostram uma árvore genealógica na qual “pretinhas” se agrupam com “pretinhas”, o mesmo acontecendo com as antas mais conhecidas, da espécie Tapirus terrestris.


A nova espécie já tem presença confirmada em Rondônia, no Amazonas, em Mato Grosso e também na Colômbia, mas pode ter distribuição mais ampla. De acordo com Cozzuol, parece ser um bicho que prefere viver na fronteira entre a mata fechada e áreas abertas.


Suspeita antiga

Um detalhe da descoberta é que se trata de uma bola cantada há muito tempo. Em 1913, membros de uma expedição comandada pelo ex-presidente americano Theodore Roosevelt e pelo militar brasileiro marechal Rondon abateram uma anta suspeita. Tratava-se de “um macho, já adulto, mas muito menor do que o animal que eu tinha matado antes. Os caçadores disseram que ele era de uma variedade diferente”, escreveu o próprio Roosevelt em seu livro sobre a jornada.

 

Esse exemplar, enviado pelo ex-presidente ao Museu Americano de História Natural, foi examinado no estudo e, de fato, tem todas as características da nova espécie. “É o que costuma acontecer com bichos maiores. Às vezes, ninguém se dá conta de que pertencem a uma espécie diferente”, diz Cozzuol. Para ele, o achado mostra a importância de incorporar o conhecimento tradicional aos estudos científicos. A pesquisa, publicada no Journal of Mammalogy dessa semana, tem apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.


Um ponto de destaque no processo de descoberta foi a valorização do conhecimento das comunidades locais. Tratando-se agora do segundo maior mamífero da América do Sul, a nova espécie passou despercebida por muito tempo pela classe científica, porém não para os nativos da Amazônia. “Essas populações tradicionalmente relatavam ter visto o que chamava de ‘um tipo diferente de anta’. Porém, a comunidade científica nunca deu muita atenção, sempre afirmando que se tratava da mesma Tapirus terrestris”, explicou Cozzuol.


“O conhecimento da comunidade local precisa ser levado em conta e foi o que fizemos em nosso estudo, que culminou na descoberta de uma nova espécie para a ciência”., completou. (Folhapress)

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