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O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, afirmou ontem que tomou como base conjunto de provas testemunhais para indiciar os 10 policiais militares por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, desaparecido desde 14 de julho passado. Segundo ele, uma das hipóteses é que Amarildo tenha sido torturado no matagal do parque ecológico no entorno da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul carioca.
“Dentro do contêiner (da UPP) não existia marca de sangue. Ele não foi torturado ali. Estamos convictos do que o inquérito apurou”, afirmou o delegado, sem dar mais detalhes. Barbosa disse que o inquérito foi encerrado terça-feira na delegacia com mais de 50 depoimentos. Agora, a Polícia Civil aguarda manifestação do Ministério Público e decisão judicial.
Foram pedidas as prisões preventivas dos policiais militares por indícios de ameaças às testemunhas. De acordo com a investigação, nenhum PM suspeito confessou o crime. Eles negam envolvimento no desaparecimento do ajudante de pedreiro. Três pessoas que prestaram depoimentos contra os policiais foram incluídas no programa nacional de proteção à testemunha.
De acordo com os PMs, Amarildo foi levado para a sede da UPP, onde a identidade dele teria sido averiguada. Posteriormente, teria descido pela escadaria lateral, depois de ser liberado, local onde a câmera de segurança não funcionava. Ainda naquela noite, após a abordagem, os mesmos policiais saíram com a viatura da sede da UPP para abastecer de combustível no Batalhão de Choque, no Centro do Rio.
A cúpula de segurança do Estado do Rio informou que trabalha com a hipótese de que o ajudante de pedreiro esteja morto. Os policiais responsáveis pela investigação do atuam com duas hipóteses: a de que ele tenha sido morto pelos PMs ou por traficantes.
Denúncia
O Ministério Público do Estado do Rio deve apresentar até amanhã denúncia contra os 10 PMs indiciados sob suspeita de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver de Amarildo.
De acordo com o promotor Homero das Neves, depoimentos e provas técnicas comprovam a participação dos policiais no desaparecimento do ajudante de pedreiro. (das agências)
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