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Executivo diz nudez se tornou algo "ultrapassado", já que fotos de mulheres sem roupa podem ser encontradas com facilidade na internet. Mudança vale para o mercado americano, a partir de março.
Em março de 2016, os leitores da Playboy americana verão uma revista um pouco diferente. Isso porque o fundador da publicação, Hugh Hefner, concordou em mudar a estratégia da marca a fim de adaptá-la aos novos tempos. A sugestão, vinda do editor Cory Jones no mês passado, era drástica: parar de publicar fotos de mulheres nuas.
Em entrevista publicada pelo jornal The New York Times na terça-feira (13/10), o presidente da Playboy Enterprises, Scott Flanders, diz que a nudez se tornou algo "ultrapassado" para uma revista como a Playboy, já que fotos de mulheres sem roupa podem ser encontradas com facilidade na internet.
Os editores, no entanto, ainda estão discutindo o novo layout da edição impressa, que terá um "estilo mais limpo, mais moderno". Flanders adianta que o veículo continuará mostrando mulheres em poses provocantes, mas que elas não estarão mais totalmente nuas.
Alteração semelhante foi feita no site da revista, onde a nudez foi banida em agosto de 2014 para evitar problemas com redes sociais, como o Facebook, o Twitter e o Instagram. Depois da mudança, a audiência quadruplicou, passando de 4 milhões para 15 milhões de visitantes únicos por mês, e a idade média do usuários caius de 47 para 30 anos, segundo executivos Playboy Enterprises.
Segundo Jones, a revista terá uma colunista "mulher e pró-sexo" e seguirá com sua tradição de um jornalismo investigativo, entrevistas com profundidade e ficção. "Não me entenda mal", diz Jones, justificando sua sugestão. "Meu eu de 12 anos está muito decepcionado com o meu eu de hoje. Mas essa é a coisa certa a fazer."
Queda nas vendas
A Playboy, que já trouxe grandes personalidades em sua capa como Marilyn Monroe, na estreia da revista, em 1953 , está adotando mudanças depois de sua circulação ter caído drasticamente. Em 1975, eram impressos 5,6 milhões de exemplares por mês, ante os cerca de 800 mil impressos atualmente.
A revista também tem sido alvo de críticas feministas, que acusam o veículo de reduzir mulheres a simples objetos sexuais. Por outro lado, foi defendida por intelectuais como Kurt Vonnegut, Vladimir Nabokov, Joyce Carol Oates e Alex Haley, que dizem comprar a Playboy não só pelas fotos a revista, por exemplo, já publicou entrevistas com Fidel Castro, Martin Luther King Jr. e John Lennon.
Esforços anteriores para levantar a publicação não foram muito bem sucedidos. Desta vez, diante do desafio de competir com veículos mais jovens e modernos, Flanders disse que procurou responder uma pergunta básica: "Se tirarmos a nudez, o que sobra?".
EK/rtr/ap/dpa/afp
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