Navi Pillay pede fim das sanções contra o Zimbábue
Apesar da implementação deste governo de unidade nacional, os militantes de direitos humanos são frequentemente detidos ou perseguidos por suas atividades
HARARE, 25 Mayo 2012 (AFP) - A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, convocou nesta sexta-feira os países ocidentais a suspender as sanções contra o Zimbábue e seu presidente Robert Mugabe para permitir a realização de eleições livres e democráticas.
"As sanções devem ser suspensas completamente para que as pessoas possam se ocupar completamente dos problemas econômicos", declarou Pillay à imprensa após uma visita de cinco dias ao país.
"Convoco os países que impõem atualmente sanções ao Zimbábue a suspendê-las, ao menos até que sejam realizadas eleições e sejam adotadas as reformas correspondentes", acrescentou.
A sul-africana, que acaba de renovar seu mandato por dois anos para a Assembleia Geral da ONU, lembrou que havia pedido ao presidente Mugabe para garantir que as próximas eleições sejam livres e democráticas.
"Levantei o tema da violência política de 2008, manifestei minha preocupação para que isso não volte a ocorrer nas próximas eleições, recomendei pedir para que não haja violência e incentivei a fazer mais", relatou aos jornalistas.
Robert Mugabe, de 88 anos, no poder desde a independência do país, em 1980, foi forçado a compartilhar o poder com seu rival Morgan Tsvangirai - convertido em primeiro-ministro - depois da sangrenta campanha eleitoral de 2008, que quase acabou em guerra civil.
Apesar da implementação deste governo de unidade nacional, os militantes de direitos humanos são frequentemente detidos ou perseguidos por suas atividades, e os membros do grupo de Tsvangirai são muitas vezes incomodados pela polícia.
Os Estados Unidos impuseram sanções para mais de 50 autoridades do governo, do Exército e do partido no poder no Zimbábue em protesto pela forma como ocorreram as eleições anteriores e as reiteradas violações dos direitos humanos por parte do poder de Mugabe.
As informações são de responsabilidade do autor no:
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