A CASA
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Estou diante da casa onde vivi uma vida com meus pais e irmãos.
Sinto uma nostalgia e saudade que não sei explicar.
É uma casa antiga, com três coqueiros a frente, que eu mesmo plantei.
Tem ainda uma velha mangueira em cujos galhos fizemos um balanço.
De frente para ela, de costas para o muro, ainda está a churrasqueira, motivo de tantas reuniões de família.
A casa tem um ar solene, como meu pai; e um jeito acolhedor como minha mãe.
Quantas vezes, após o trabalho, sem rumo, instintivamente, me refugiava nela.
Quando me sentava na poltrona confortável do papai, cochilava sentindo a alma leve, e o coração seguro.
Era a certeza da presença angelical de meus pais, que velavam meu sono, como se ainda fosse uma criança.
A casa está impregnada da presença deles.
Tenho a impressão de estar ouvindo a voz grave de meu pai cantando “eram duas caveiras que se amavam”, e o riso de minha mãe brincando com Lucinha em seu quarto.
Eles já não estão mais lá.
Sem eles tudo é tão sombrio, tão sem sentido.
É apenas um casarão que chora a ausência de seus donos.
E agora, sem rumo, já não tenho onde me refugiar.
Já não tenho onde descansar meu coração.
Volto para meu carro, olho uma última vez para a casa,
E com lágrimas nos olhos, só consigo dizer:
- Bença pai, bença mãe.
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