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cronica 19/12/2016 - 16h09

Meditações noturnas

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Meditações noturnas



Calmaria e silêncio. Solidão noturna. No início da noite um ânimo. Nada de sono. De um lado para outro na cama, numa tentativa frustrada de adormecer. Parece que essa movimentação faz com que os pensamentos fluam mais do que durante o dia. Através dos pensamentos parece que o corpo está tão somente presente na cama, mas o poder fantástico da imaginação conduz o meio pelo qual se viaja a uma aventura quase delirante.



É inevitável uma recordação ainda que breve do dia que chega ao seu término. Desde o amanhecer até o presente momento prestes a retornar ao ponto de partida da então reflexão. Lembranças outras da infância, de familiares que já se foram, de acontecimentos marcantes da vida, de decepções e de frustrações recentes, de arrependimentos dentre uma imensidão de reflexões, emergem como numa enxurrada avassaladora e tomam conta da noite. Os planos e projetos futuros com suas incertezas e possibilidades num momento otimista também fazem parte do turbilhão de pensamentos. E nada de sono.



Até que não mais se percebe nitidamente nada ou pelo menos no senso do estar em alerta. É a chegada do sono. Com ele os intrigantes sonhos registram na memória apenas algumas de suas manifestações sombrias e enigmáticas.



No meio da noite um despertar. Se o sonho gerou perturbação, se tornando um pesadelo, o despertar, para quem prefere ser sonhador, é um alívio. Se não há sequer recordação de sonhos, então o despertar é estranho: tudo pode voltar ao começo da noite e a dificuldade para dormir invade novamente a cena noturna. Ou não: o acordar pode ser breve ao ponto de durar somente o instante de olhar a hora no celular e voltar ao estado de sono.



Geralmente nesse estágio, as horas da noite criança já estão avançadas. Se houve sucesso no sono, então o possível descanso restaurador e salutar agraciou a temida noite.



No fim da noite, o raiar do dia. E com o amanhecer, o despertar definitivo. Ou se é possível ocorre novamente a tentativa impulsionadora do início da noite, tentativa de sono. Ademais, a referência ao meio da noite pode valer também aqui.



A noite assim vivenciada parece não ser tão criança. A tentativa empenhada de dormir às vezes não dialoga com tantas lembranças ou com constatações do momento presente num ritmo frenético. Até que de repente o despertar é antecedido pela dormida. Tudo pronto para novamente uma noite de sono.



Felipe Augusto Ferreira Feijão

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