Guerra no Brasil
É desnecessário dizer que a violência se mostra cada vez mais forte e poderosa, basta atentar para os índices dos casos de homicídios e de expressões violentas, evidentes a todo dia e a toda hora.
Nos últimos dias a cidade do Rio de Janeiro tem chamado a atenção nacional pelo fato de agravamento da chamada crise na segurança pública do Estado. Tal crise, que se deve ao eminente caos vivido graças ao império da insegurança, se explicita efetivamente na situação em que se encontra a população: medo constante.
Ora, essa situação reflete o que acontece não só no Rio de Janeiro, mas em todo o País. Na cidade citada, recentemente uma criança ainda no ventre materno foi atingida por bala perdida. A decadência humana chegou ao ponto de não medir as consequências de uma trágica ação e, assim, marcar brutalmente pela violência de um tiro, quem ainda, de fato, não nasceu.
Há quem compare a condição do RJ com países que estão em guerra. Pode ser considerado exemplo disso o trabalho “O som da guerra”, realizado pelo jornal comunitário Voz das Comunidades formado por moradores do Complexo do Alemão. O jornal foi às ruas com gravações de confrontos ocorridos na comunidade e pediu que as pessoas identificassem onde aquilo havia acontecido. A reação em forma de resposta apontava para países como Síria, Iraque.
A pesquisa “Retrato do espalhamento da mancha criminal no Estado do Rio de Janeiro” feita pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV, atesta que atualmente a criminalidade em alguns índices volta ao patamar anterior a implantação das UPPs.
Isso denota um desafio que se apresenta em nível nacional. O enfrentamento direto com o braço armado pode ser útil momentaneamente e resolve ali o entrave efêmero, mas gera o que se demonstrou na reação das pessoas diante da escuta do áudio dos confrontos, ou seja, uma sensação de guerra.
A complexidade demandada pelo setor de segurança enquanto instituição estatal precisa estar em diálogo com um outro tipo de enfrentamento que, por assim dizer, serve de prevenção, ou seja, evita que o pior aconteça, evita que uma cidade ou que cidades se assemelhem a países em guerra. Esse possível diálogo que pouco recebe atenção, se encontra na abrangência que constitui as carências sociais que devem ser atendidas.
Infelizmente, o que se observa é a insistente indiferença mantida pela mediocridade de não satisfazer os elementos carregados da falta de assistência, de modo que essa omissão, se volta para a própria estrutura que deveria contemplar tal oferta, em forma do que se chama de crise. E o País parece enfrentar internamente de forma não declarada, uma guerra que mata comparativamente a guerras existentes.
Felipe Augusto Ferreira Feijão
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