[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Sobre tecnologia no Brasil - Jornal do Leitor - O POVO ONLINE
artigo 27/01/2015 - 15h46

Sobre tecnologia no Brasil

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SOBRE A TECNOLOGIA NO BRASIL

Paulo Henrique Heitor Polon
Luana Caroline Künast Polon

Até a década de 1930, o Brasil importava praticamente toda tecnologia dos países industrialmente desenvolvidos, como os Estados Unidos e alguns países europeus. A pesquisa em Ciência e Tecnologia e sua produção organizada começa ainda na década de 1930, com a criação de Universidades – como a USP, em 1934 – e o incentivo à pesquisa docente. Como a noção de modernidade está relacionada com o avanço tecnológico, consequentemente o Brasil era visto como país atrasado em relação aos países que já possuíam consolidação em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Muito embora diversos avanços tenham sido observados no Brasil nas últimas décadas em relação ao investimento no desenvolvimento de tecnologias, o país continua na 69ª posição no ranking do relatório global de tecnologia da informação, conforme informações divulgadas em abril de 2014. Enquanto a Finlândia permanece em 1º lugar no ranking, segundo o Fórum Econômico Mundial.
Entre os anos de 1945 até 1990, o Brasil apresentou uma postura de mercado um tanto rígida, e em alguns momentos fechada ao comércio internacional, o que influenciou no baixo desenvolvimento da tecnologia no país. O Brasil tem apresentado avanço significativo nos últimos anos em relação às tecnologias da produção, como é o caso das pesquisas em combustíveis alternativos (biocombustíveis) e na tecnologia de extração de petróleo. Os investimentos em pesquisa científica e produção tecnológica aumentaram significativamente após de década de 1990.
O desejo de ser contemporâneo – moderno – está ligado ao desejo da contemporaneidade, esse desejo tem ligação com a inovação tecnológica, deste modo, há uma corrida pela criação de tecnologias e consequente ascensão em relação aos demais países. Especialmente nos últimos governos houve um massivo investimento na Educação, como meio para promover a pesquisa, com a ampliação de Universidades Federais e a criação de Universidades Federais Tecnológicas, além do fomento para formação superior na sociedade, com políticas públicas como o PROUNI, SISU, FIES, etc.
Para além das questões já expostas, cabe refletir sobre a influência das tecnologias no cotidiano. Os recursos tecnológicos estão mais acessíveis à boa parte da população brasileira, especialmente os telefones celulares e computadores, bem como o acesso à internet e às redes sociais. O acesso à internet parece reduzir as distâncias entre as pessoas, promovendo uma maior interação social, o que em muitos casos é utilizado para compartilhamento de ideias, mobilizando pessoas em torno de uma causa comum, como é caso dos recentes protestos no Brasil, organizados através das redes sociais.
O avanço tecnológico influencia o comportamento dos indivíduos no meio social. Apesar da interação comunicativa e a ideia de encurtamento das distâncias, alguns autores defendem que há uma fragilização dos laços sociais, como é o caso do Sociólogo polonês Zigmunt Bauman, o qual analisa as relações virtuais, próprias das sociedades onde a tecnologia é significativa. O autor em questão alerta para a necessidade dos indivíduos em manterem laços “apertados” de sociabilidade, muito embora não tão solidificados que não possam ser desfeitos, deixando-os assim também um pouco frouxos.
São as contradições do avanço das tecnologias, as quais expõem os indivíduos de uma forma ainda não vista em décadas anteriores, e a questão que se coloca é se os brasileiros estão lidando de forma adequada com o avanço das tecnologias no país. O avanço do meio técnico-cientifico-informacional no Brasil abre questões sobre a ética, por exemplo, levando os indivíduos a refletirem sobre quais os limites para o uso dos recursos disponíveis. Muito embora as técnicas venham para facilitar a vida dos indivíduos, o uso destas deve ser questionado sempre que necessário for. Este avanço no Brasil impulsionou também o consumo, especialmente o consumo da novidade, o qual gera consequências que também merecem discussões, como o uso demasiado dos recursos naturais, e o descarte inadequado destes objetos de consumo no meio. A troca tornou-se sinônimo de modernidade, fruto dos recursos tecnológicos disponíveis à produção. São as contradições sobre as quais precisamos aprender a refletir, para que não nos tornemos vítimas da nossa produção tecnológica e científica.

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