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Movimento Feminista 26/04/2016 - 19h22

"Mulheres são assassinadas com aplausos do público", diz Karina Buhr

Prestes a desembarcar em Fortaleza para o lançamento do álbum Selvática, na Maloca Dragão, a cantora e compositora baiana fala, em entrevista exclusiva ao O POVO Online, sobre feminismo e a importância da atuação política
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Rubens Rodrigues rubensrodrigues@opovo.com.br
Divulgação
Karina Buhr lança Selvática nesta sexta-feira, 29, no Maloca Dragão

Feminismo. É desse ponto que parte Selvática, personagem criada pela cantora e compositora Karina Buhr, e percorre os temas escancarados no terceiro álbum de estúdio da artista baiana.
 
A persona que dá nome ao disco é uma das inventivas formas que Karina encontrou para esclarecer que feminismo é "sobre poder falar o que quiser". Dos obstáculos, passando por temas como gentrificação e feminicídio ao surrealismo poético. "Criei o conceito do disco a partir dessa personagem. Ele se move a partir e em torno dela".

É com o trabalho autoral lançado em setembro de 2015 que Karina vem a Fortaleza, nesta sexta-feira, 29, para se apresentar na Maloca Dragão 2016

Karina explica que, dessa vez, foi tudo pensado diferente. "Não comparo um (álbum) com o outro. Cada um é um caminho específico", aponta. Optar pela pré-venda em plataforma de financiamento coletivo foi a saída para não depender de patrocínio. "Queria fazer no meu tempo".

Selvática traz participações de Edgard Scandurra e Fernando Catatau, com quem ela trabalha desde o primeiro disco solo, Eu Menti Pra Você, lançado em 2008. Elke Maravilha e Denise Assunção participam da faixa-manifesto que dá nome ao último disco. "São figuras icônicas. Com Denise trabalhei, em 2001, e desde então virei admiradora", conta. "Elke passou de ídolo de infância a amiga num processo bem emocionante. Quis tê-las por perto de novo. E foi muito bom, um presente dos deuses". 

Feminino com faca

Para Karina, ainda há a figura da mulher como representação do pecado, da pureza e, principalmente, da serviência e subordinação. "Esse 'ainda' vai durar muito. Está na base da cultura patricarcal, que é a que vivemos". Mesmo assim, ela lembra que não existe 'a mulher' como singular. "Mulheres são diferentes umas das outras, igualzinho como acontece com os homens. Essa distinção e esse destaque para 'a mulher' está no cerne de todo machismo - a ideia de que mulher é um ser outro, que o normal é ser homem".

Referência no movimento feminista, acredita que espalhar a mensagem é dar a relevância necessária à vida das mulheres. "Desde criança fui tolhida e machucada diariamente pelo machismo. Percebi desde a primeira vez que ouvi 'isso não é coisa de menina'", lembra. "São oprimidas desde que nascem, em casa, na rua, no trabalho, são assassinadas com muita naturalidade por ex-maridos e namorados, com aplausos do público".

Karina protesta que, no Brasil, mulher não tem direito sobre o próprio corpo, "quando são obrigadas a parir mesmo contra a própria vontade". Aborto é proibido por lei no País e a legalização, afirma, seria apenas o começo do que o movimento ainda necessita conquistar.
 
Atuante nas mobilizações sociais, a baiana que foi morar no Recife aos 8 anos de idade diz que artista, como qualquer pessoa, tem "obrigações" sociais e políticas. "Existem várias maneiras de atuação. Basicamente, acho que todo mundo que tem algum tipo de privilégio tem obrigação de tentar diminuir diferenças sociais e agir politicamente junto com os que precisam, por sua vida, dessa ação. E isso vale para todos, não precisa ser artista".
 
"Essa é a história que tenho para contar" 
 
"A representação artística feminina sempre foi muito forte. O que falta é a mídia, extremamente machista, dar o devido valor. Não tratar como segundo plano, como 'música feminina' ou 'música pra mulher'", rechaça. "(É preciso) tratar como gente, como são tratados os homens". 
 
"Gosto muito de cantar, mas existe essa ideia machista sobre cantoras. O principal do meu trabalho são as letras e músicas que faço e o palco. Mas faço porque são as minhas músicas, essa história que tenho pra contar. Meu trabalho é isso tudo e me vejo como intéprete, muito mais do que como cantora".
 
Além de cantora, compositora e percussionista, Karina desenha e escreve. Há um ano, lançou "Desperdiçando Rima", livro que reúne ensaios e ilustrações, entre material publicado originalmente em revistas e inédito. Ela já planeja uma nova obra literária.
 
Plural, Karina declara seu amor pelo Carnaval de Pernambuco. "Os anos que toquei no maracatu Estrela Brilhante e o tanto que aprendi com mestre Walter França, o que aprendi com Salustiano, Selma do Côco, Aurinha do Côco, Lia de Itamaracá, as sambadas de maracatu, as orquestras do Ceroula, Homem da Meia Noite, Pitombeira, a Henrique Dias... Isso fica para sempre", rememora. "Posso fazer o barulho que for, no rock que for, isso sempre estará lá, faz parte de mim".

espaço do leitor
Santos 27/04/2016 11:06
Feminista? Oportunista é o que ela é. Usa as próprias mulheres para ganhar dinheiro com a causa.
Andrea 27/04/2016 08:17
Fico pensando se feministas podem ser mães de meninos! É muito "ódio"! Tenho dois filhos e quando crianças, eduquei-os também de forma "opressora". Quando eles pegavam meu batom para brincar, eu dizia: isso é coisa de menina. E aí? não vejo nenhum movimento libertário da masculinidade! Acho que estamos com mi mi mi demais!
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