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O desaquecimento da economia levou as montadoras instaladas no Brasil a traçar um novo cenário de atividades no setor para 2015, revertendo a projeção que tinham, no começo deste ano, de alta de 4,1% na produção de veículos, para queda de 10% e um total de 2,83 milhões de unidades.
O setor também alterou a expectativa de estabilidade nas vendas ao mercado interno, prevendo que os licenciamentos deverão cair 13,2%, o equivalente ao escoamento de 3,03 milhões de unidades. Nesse volume estão incluídos os automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus. Na comercialização de máquinas e equipamentos agrícolas e rodoviários, a indústria automobilística acena com retração de 19,4% no mercado interno.
As projeções revisadas foram anunciadas na última terça-feira, 7, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Luiz Moan, revelou, no entanto, que foi mantida a projeção de crescimento de 1,1% nas exportações, mas sem perder de vista as chances de retomar o mercado interno.
Ele observou que alguns acordos com parceiros comerciais como a Argentina, por exemplo, ainda estão em andamento e, além disso, a indústria está tendo maior cautela em relação à oscilação do dólar. “Vamos esperar um foco para ver o caminho do dólar. Ele está [com] melhor [cotação], mas há um sentimento em torno do efeito quanto à volatilidade [da moeda].”
Moan acredita que, no próximo trimestre, as empresas terão resultados melhores em relação ao primeiro. Ele lembrou que o recuo de 13,2% nos licenciamentos previstos para este ano, será menor do que o registrado no primeiro trimestre (-17%).
Para ele, mais do que uma crise econômica, o que afeta o setor é a crise de confiança. Por isso, defende a aprovação das medidas do ajuste fiscal como forma de resgatar a percepção mais otimista do mercado com maior confiança tanto dos investidores quanto dos consumidores. O nível de emprego, na opinião do executivo, não é empecilho para resgatar as vendas.
Quanto à manutenção dos postos nas montadoras, ele afirmou que o emprego é um grande desafio atualmente, embora o empregado do setor seja fruto de um investimento muito alto, em treinamento e qualificação. "E as empresas fazem o máximo para a manutenção do nível do emprego.”
Os dados da Anfavea indicam que a base de empregados no setor caiu 9,4% de janeiro a março deste ano, em comparação a igual período do ano passado, somando 140.851 trabalhadores.
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Agência Brasil
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