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O número de consumidores com contas atrasadas e registrados nos cadastros de inadimplência voltou a subir. Após apresentar o pior resultado semestral dos últimos três anos, os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostram um aumento de 4,47% em julho em relação com o mesmo mês do ano passado. Já o número de dívidas em atraso teve uma variação positiva de 4,99%, também na comparação anual.
De acordo com o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os dados anuais mostram que o crescimento dos números de inadimplência têm acelerado desde o início de 2014. "Agora a situação é bem mais complicada, devido à confluência de fatores negativos e uma perspectiva pior para a situação econômica", explica o presidente. "Neste momento, o varejo precisa vender mais e contar com o poder de compra do consumidor sem dívidas, apto a consumir."
O Sudeste concentra a maior parte dos devedores do país: 39,88% do total de inadimplentes, seguido do Nordeste (25,97%) e no Sul (12,93%). Também no indicador de dívidas em atraso, é o Sudeste que segue concentrando a maior parte das pendências atrasadas (40,61%), seguido pelo Nordeste (24,80%) e pelo Sul (14,55%).
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento da quantidade de pessoas negativadas observado de forma generalizada em todo o Brasil reflete a piora do cenário macroeconômico nos últimos meses. "A pressão exercida pela fraca atividade econômica combinada com o aumento dos índices de desemprego têm impactado na capacidade dos brasileiros pagarem suas dívidas em dia", explica a economista.
Segundo o presidente da CNDL, a maior taxa de desemprego, o endividamento das famílias e as taxas de juros mais altas fazem com que os impactos de uma inadimplência em alta sejam muito mais preocupantes para a economia. "O alento fica no fato de que a maior dificuldade no acesso ao crédito age como um limitador do crescimento da inadimplência em todo o país. Com menos contas a pagar, há um limite para o crescimento dos números de inadimplência", analisa Pinheiro.
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