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O consumidor brasileiro inadimplente deve em média R$ 21.676,00 já embutidas as multas e as taxas cobradas pelo atraso. Esse valor corresponde a 768% da renda familiar mensal de R$ 2.822,00.
Geralmente as dívidas são contraídas por meio do cartão de crédito e lojas. O consumidor passa em média dois anos com o nome sujo e deve a 3,7 empresas diferentes.
A pesquisa sobre A Recuperação de Crédito no Brasil, foi encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo Portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz e detectou um aumento médio de 70% entre o valor inicial da dívida e o valor final dela - depois de dois anos, após a cobrança de multas e juros pelos credores. "Por isso o consumidor inadimplente deve negociar e pagar o que deve o mais rápido possível para que a dívida não se transforme em uma bola de neve", explica a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Cartões de crédito
A maioria das dívidas foi feita por meio dos cartões de crédito e de lojas. Deixar de pagar a fatura do cartão é a principal razão apontada por três em cada cinco (61%) entrevistados inadimplentes para ter ficado com o nome sujo, ao lado de atrasos nas parcelas de cartões de loja (51%), no pagamento de empréstimos (31%) e de boletos bancários (37%).
Motivo da dívida
Quase a metade dos consumidores entre inadimplentes e ex-inadimplentes (48%) ouvidos na pesquisa afirmam que a falta de planejamento no orçamento pessoal é principal a razão apontada para não pagar as contas. Em seguida, entre as justificativas citadas, vem a perda do emprego (28%), a diminuição da renda (21%), o atraso de salário (17%) e as compras acima do que lhes permitia o orçamento (16%).
"A tendência do consumidor, quando decide cortar gastos é diminuir as despesas com vestuário e calçados [39%], lazer [38%], alimentação fora de casa [34%], salão de beleza [21%] e telefonia celular [21%]", enumera Kawauti.
Pagamento da dívida
Sete em cada dez entrevistados entre inadimplentes e ex-inadimplentes disseram que iriam pagar a dívida por acreditarem ser o correto a se fazer e, na hora de pagar, 41% dos entrevistados alegam que a maior dificuldade enfrentada é a proposta fora de suas possibilidades na negociação. 21% dizem que o custo está muito acima de seus ganhos, enquanto 19% reclamam dos prazos de pagamento. Há ainda os que desejam negociar, mas não sabem como (19%) e aqueles que afirmam sentir dificuldade em deixar de comprar as coisas que gostam para quitar o débito (17%).
A pesquisa foi realizada nas 27 capitais brasileiras entre os dias 1 e 8 de fevereiro.
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